Por que temos facilidade para lembrar boas recordações enquanto outras simplesmente desaparecem da nossa mente?
A chave para entender essa intricada lógica pode estar na psicologia: memórias positivas permanecem por mais tempo guardadas no cérebro do que as negativas, ajudando-nos a lidar com frustrações e outros eventos ruins.
Por exemplo, é conhecido o ditado de que as mulheres se esquecem da dor do parto, mas não dos bons momentos com seus bebês.
Memórias positivas
A primeira teoria sobre a suposta "perenidade" das memórias positivas foi proposta há 80 anos.
Na década de 1930, psicólogos coletaram lembranças sobre diferentes episódios da vida das pessoas - férias, por exemplo - classificando-os como "agradáveis" ou "desagradáveis".
Semanas depois, veio um outro pedido para que os entrevistados tentassem se lembrar de suas memórias.
Das experiências consideradas desagradáveis, quase 60% foram esquecidas - comparado com 42% das lembranças agradáveis.
Um exemplo emblemático desse fenômeno acontece quando somos capazes de discorrer sobre os dias prazerosos de nossas férias, mas esquecemos eventuais atrasos dos voos ou outros eventos ruins.
Bem que fica
Para descobrir se havia um comportamento universal em torno da recordação das memórias boas, o professor Timothy Ritchie, da Universidade de Limerick (Irlanda) decidiu analisar detalhadamente pesquisas conduzidas em seis universidades de todo o mundo.
Ao todo, foram incluídas 2,4 mil "memórias autobiográficas", de 562 indivíduos de 10 países.
Diferentemente do que já havia sido feito, os pesquisadores reuniram informações relativas a acontecimentos positivos e negativos, incluindo detalhes como hora e local, bem como reações sensoriais.
Aqueles que conseguiram se lembrar de como reagiram às memórias foram convidados a recordar-se delas novamente mais tarde depois de vários lapsos de tempo. Eles também tiveram de avaliar como se sentiam sobre essas recordações.
Os resultados mostraram que, independentemente do contexto cultural dos participantes, todos se mostraram mais propensos a guardar mais recordações boas do que ruins.
Reavivar lembranças boas
Segundo a equipe, pessoas com dificuldade de recordar memórias positivas são mais propensas a apresentar quadros de depressão.
Nesses casos, a técnica mais usada pelos psicólogos para tentar reavivar as boas lembranças é fazer com que a pessoa percorra mentalmente suas memórias, recapturando os bons momentos.
Fonte: Diário da Saúde
Disponível em: <http://www.diariodasaude.com. br/news.php?article=boas- lembrancas-nao-sao-esquecidas& id=9711>. Acesso em: 12 maio 2014
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