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segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Analgésicos opioides aumentam risco de adolescentes usarem drogas

Opioides
Estudantes que cursam o colegial e recebem uma receita médica deanalgésicos opioides estão um terço mais propensos a abusar de drogas antes dos 23 de idade do que aqueles sem antecedentes de prescrição.
Estes adolescentes abusam do OxyContin, Vicodin e outros analgésicos vendidos sob receita para se sentirem com mais energia, relaxados ou simplesmente se sentirem bem.
Essas conclusões foram anunciadas praticamente ao mesmo tempo em que a agência norte-americana FDA aprovou o uso do OxyContin para crianças com idades entre 11 e 16 anos.
Estudos anteriores já haviam mostrado que os analgésicos opioides aumentam o risco de depressão em mais de 50%, enquanto outros pesquisadores afirmam que nem mesmo há evidências científicas de seu funcionamento.
Porta de entrada para as drogas
O risco do uso futuro de drogas ilícitas está concentrado em adolescentes que têm pouco ou nenhum histórico de uso de drogas ilegais e inclusive desaprovam o uso, por exemplo, da maconha.
Em parte, isso pode ser explicado pela novidade dos efeitos das drogas opioides, prescritas como analgésicos, além de provavelmente ser a primeira experiência deles com uma substância viciante, dizem os pesquisadores.
"Muito provavelmente, esta experiência inicial que gera um agradável alívio da dor e é considerada segura pode reduzir a percepção do risco," explica Richard Miech, da Universidade de Michigan (EUA). "A experiência inicial agradável e segura com uma droga é um fator principal nas teorias de que a pessoa continuará abusando de drogas."
Em contrapartida, entre os adolescentes com experiência mais ampla de drogas, o uso legítimo de um analgésico produz um impacto menor em comparação com outras substâncias controladas.
"Embora estes indivíduos experientes possam começar a abusar de analgésicos, tais abusos não parecem ser o resultado de uma introdução à medicação para tratar a dor através de uma receita médica legítima", disse Miech.
Monitorando o Futuro
Os pais podem escolher opções de tratamento para seus filhos, selecionando medicamentos que não sejam opioides, para reduzir o risco de seus filhos ficarem dependentes de drogas. A medicação para dor pode ser prescrita sem opioides se os tratamentos alternativos são insuficientes, dizem os pesquisadores.
Os dados vêm do projeto "Monitorando o Futuro", uma amostra nacional representativa que entrevistou 6.220 estudantes que cursam o equivalente ao ensino médio e, em seguida, alunos com idades entre 19 e 23 anos. Os participantes indicaram se tinham abusado de opioides nos últimos 12 meses.
O artigo foi publicado na revista Pediatrics.
Fonte: Diário da Saúde

Inteligência social é agir com ética

Nos últimos anos, a crise de valores e ética e a indiferença moral tornaram-se alvo de urgente atenção e conscientização

Imagem: shutterstockCada vez mais o ser humano conquista contextos externos, novas descobertas e resultados, porém, ao mesmo tempo, presenciamos injustiças, individualismo e corrupção na sociedade, na gestão de empresas e nos negócios.
O ser humano, olhando muito para fora, pouco conhece sobre si mesmo e sobre suas reações ou até mesmo sobre como lidar com os conflitos, dificuldades, desafios, sonhos e objetivos. Outra dificuldade é como lidar com as outras pessoas, tendo consciência de que os nossos atos influenciam a vida daqueles que estão no nosso entorno e que a nossa liberdade e escolhas acarretam em responsabilidade e consequências.
A interdependência da inteligência emocional, inteligência social e da ética permite, pelo menos em parte, responder a essas reflexões. Essas disciplinas se tornaram assunto muito presente no âmbito organizacional, percebidas como instrumentos para harmonizar e equilibrar a razão e a emoção nas relações interpessoais.
A inteligência social é a capacidade de compreender, interagir e influenciar positivamente as pessoas. Ela tem como foco a qualidade e harmonia das relações interpessoais e, consequentemente, melhorar a forma de se relacionar com as pessoas, criando um clima positivo e de cooperação em qualquer contexto da nossa vida, para uma convivência solidária.
Essa inteligência se desenvolve na relação com o mundo externo e origina- se da inteligência emocional que inclui o autoconhecimento, autoanálise, controle das emoções, automotivação, reconhecimento das emoções nas outras pessoas, saber usar as emoções adequadamente para atingir os objetivos, chegando, enfim, a ter ações responsáveis e aptidões sociais adequadas ao conceito de ética.
Do termo grego ethos, a ética refere- se na sua essência ao "interior do homem" ou "morada humana". A ética então é o estudo da conduta humana, ela refere-se ao agir do ser humano. Refletir sobre ela significa analisar a nossa ação, tornando-nos mais atentos e mais conscientes das atitudes que praticamos em qualquer contexto da nossa vida.
A ética é então o complexo de critérios e valores que guiam nossas ações e comportamentos, por exemplo o respeito, a honestidade, a coerência, cooperação e confiança. Por meio do crescimento pessoal e da evolução dos valores, moldamos a concepção de ética e, quanto maiores os níveis de inteligência emocional que um indivíduo desenvolve, mais elevado será o seu nível comportamental ético.

Nossas decisões precisam ser coerentes com nossos valores e com nossas emoções. No contexto profissional, essa coerência precisa ser ainda mais forte

As emoções, a inteligência social e a ética são então evidentemente interligadas e interdependentes e são fatores impactantes e importantes na vida em geral e consequentemente na vida organizacional.
A emoção e a ética são consideradas como pontos de vista distintos de uma mesma realidade e se soubermos compreender nossas próprias emoções e as dos outros saberemos reagir a situações de forma mais ética. Logo, atuar de forma ética é agir de forma inteligente.
A empatia e a compreensão das emoções do outro nos permitem criar relacionamentos sólidos, e a ética permite construir alicerces para uma convivência mais pacífica e respeitosa, capaz de superar as diferenças, pois, de forma ampla, a ética é agir na busca da realização individual e do bem comum. Nas últimas décadas, começou a ganhar força uma nova sensibilidade dentro das organizações, ligada ao fator humano, à atenção aos valores, aos relacionamentos interpessoais, ao trabalho em equipe e ao indivíduo como um todo.
Nossas decisões, em todos os planos, precisam ser coerentes com nossos valores e com nossas emoções. No contexto profissional, essa coerência precisa ser mais forte ainda, sob pena de vivermos em um constante conflito. Diante disso, precisamos então ter clareza acerca das nossas emoções e de nossos valores.
O grande segredo para fortalecermos e disseminarmos a ética é por meio da educação. Com ela podemos construir a competência intelectual, emocional e ética, contribuindo para a formação de uma sociedade mais coerente e equilibrada.
Ao escolher a ética como um princípio de vida estamos tomando a decisão mais inteligente. Se nos dedicarmos a compreender as nossas próprias emoções e também as dos outros, poderemos encarar os acontecimentos de forma mais simples e espontânea, criando um clima positivo e de cooperação em qualquer contexto da vida.

Eduardo Shinyashiki é palestrante, consultor organizacional, escritor e especialista em Desenvolvimento das Competências de Liderança e Preparação de Equipes. Presidente da Sociedade Cre Ser Treinamentos, colabora periodicamente com artigos para revistas e jornais. Autor dos livros Viva como Você Quer Viver, A Vida é um Milagre e Transforme seus Sonhos em Vida - Editora Gente. Para mais informações, www.edushin.com.br

Fonte: Revista psique