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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Desordens psiquiátricas são as doenças que mais deixam pessoas incapacitadas no mundo


Os piores impactos vêm da depressão, da ansiedade e dos distúrbios causados pelo uso de drogas 

Historicamente, transtornos mentais e por uso de substâncias lícitas e ilícitas não são uma prioridade de saúde global, especialmente quando comparados a doenças como câncer e problemas cardiovasculares. No entanto, eles são a primeira causa, nas 187 principais nações do planeta, a levar indivíduos a viverem com incapacidade. Apenas em 2010, foram mais de 175 milhões de anos de vida perdidos pela população mundial em situação de impotência causados prioritariamente por depressão, uso de drogas ilegais e esquizofrenia (em ordem decrescente de impacto). O cálculo foi feito pelo grupo internacional de pesquisadores que compõem o Estudo Global da Carga de Doenças (GBD), divulgado neste mês, na revista científica The Lancet.

Eles alertam para o perigo da negligência nos serviços de saúde referente ao tratamento dessas desordens, que, em muitos países, estão até mesmo separados dos cuidados majoritários, com mobilização de recursos incompatível com o seu impacto global. Em 20 anos, a carga desses distúrbios na saúde global aumentou em quase 40%. Os pesquisadores acreditam que a maioria deles foi impulsionada pelo crescimento da população e pelo envelhecimento. O primeiro trabalho, realizado em 1990, mostrou que os transtornos neuropsiquiátricos — que, na época, englobavam distúrbios neurológicos, demência, uso de substâncias e distúrbios mentais — foram responsáveis por mais de um quarto de toda a carga não fatal. Cinco das 10 principais causas de incapacidade no mundo já estavam incluídas na categoria de desordem neuropsiquiátrica. “Hoje, essas desordens são responsáveis por uma carga global na saúde maior que a tuberculose, o HIV/Aids, o diabetes ou as lesões por transporte”, reforça a autora do estudo, Louisa Degenhardt, do Centro de Pesquisa Nacional em Drogas e Álcool da Faculdade de Medicina da Universidade de South Wales, na Austrália. No total, em 2010, doenças mentais e por uso de substância foram responsáveis por 183,9 milhões de anos de vida perdidos tanto por morte prematura quanto por serem vividos com incapacidade, medida conhecida na epidemiologia por DALY (sigla em inglês). O número corresponde a 7,4% de todos os DALYs no mundo.

Desse universo, os transtornos depressivos são os grandes representantes (40,5%), seguidos por distúrbios de ansiedade (14,6%), pelos transtornos causados pelo uso de drogas ilícitas (10,9%), pelo uso de álcool (9,6%) e por desordens altamente debilitantes, como a esquizofrenia (7,4%) e o distúrbio bipolar (7,0%). Diferentemente de outros males que comprometem drasticamente a saúde e levam ao óbito precoce, essas desordens têm um impacto maior na qualidade de vida do indivíduo. Dos quase 200 milhões de DALYs atribuídos a elas, somente 8,6 milhões estão associados aos anos perdidos por morte prematura, o equivalente a 232 mil fatalidades. A grande maioria deles (81,1%) está ligada a transtornos pelo uso de substâncias.

Efeitos regionais
A quantidade de DALYs teve uma grande variação por sexo. Curiosamente, os meninos menores de 10 anos tiveram uma proporção maior de carga do que as meninas em idade equivalente. Essa diferença foi especialmente evidente no caso de distúrbios de comportamento na infância, nos quais a carga dos meninos foi mais que o dobro do impacto registrado para o outro sexo.

Degenhardt chama atenção para a variação regional dos transtornos. Os distúrbios alimentares tiveram a maior diversidade, sendo mais de 40 vezes maior na região da Australásia que no oeste da África Subsaariana. O uso do álcool também variou em mais de 10 vezes entre as regiões. Ela conta que o efeito dos conflitos regionais pode ser claramente observado em países como o Afeganistão, o que é consistente com as análises do modelo de desordens de ansiedade e depressão nos quais o estado de conflito possui um efeito significativo para a prevalência dessas doenças. Apenas a China, a Coreia do Norte, o Japão e a Nigéria produziram DALYs totais estatisticamente menores que a média global.

Terapias negligenciadas
Para Sérgio Tamai, doutor em psiquiatria pela Universidade de São Paulo (USP) e membro da Associação Brasileira de Psiquiatria, a disponibilidade, o acesso e a busca por tratamento dos transtornos mentais são menores que em outras doenças. “Sabemos que, no mundo inteiro, os sistemas de saúde, sejam privados ou públicos, não têm capacidade de lidar com o número de pessoas que têm transtorno mental. Isso é uma realidade.”

O texto da equipe de Degenhardt mostra que, apesar dos custos pessoais e econômicos, as taxas de tratamento para as pessoas com transtornos mentais e por uso de substâncias são baixos, com lacunas de tratamento de mais de 90% nos países em desenvolvimento. Três principais razões para isso são a escassez de recursos humanos e financeiros disponíveis, as desigualdades na distribuição desses recursos e a ineficiência ao usá-los.

Mesmo em países desenvolvidos, o tratamento seria fornecido muitos anos após o início da desordem. Já uma característica comum a todos os países é o estigma sobre os transtornos mentais e o uso de substâncias. Isso seria responsável por uma restrição do uso dos recursos disponíveis. “A combinação de estigma e grandes lacunas de tratamento contribui para a exclusão social e as violações dos direitos humanos básicos dos indivíduos com transtornos mentais”, afirma Degenhardt.

Tamai acredita que o investimento nessa área também ainda é muito tímido. “Embora seja um quadro grande de pacientes e uma causa importante de incapacitação das pessoas para trabalhar e para viver, o investimento é muito pouco”, lamenta.

Um estudo realizado pelo Fórum Econômico Mundial estimou que o efeito dos transtornos mentais acumulado em termos de produção econômica perdida pode chegar a US$ 16 trilhões nos próximos 20 anos. O valor seria equivalente a 25% do PIB global em 2010. Os problemas associados com a carga dos transtornos mentais e uso de substâncias são especialmente graves nos países em desenvolvimento, que gastam menos de 2% de seus orçamentos de saúde na saúde mental. “Os distúrbios mentais já são conhecidos como uma das principais causas de incapacidade desde os anos de 1990, quando o primeiro estudo foi feito. O que eles fizeram, agora, foi ampliar a avaliação e incluir algumas desordens e características, como o uso danoso do álcool e de outras substâncias que também são uma grande causa de incapacitação. O uso prejudicial do álcool pode ter vários desfechos: a doença, a intoxicação, os acidentes, e isso também pode ser associado às drogas.”

Fonte: Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP
 
Disponível em: <http://www.abp.org.br/portal/imprensa/clipping-2>. Acesso em: 29 nov. 2013 

Alzheimer pode ser estágio final do diabetes tipo 2

Com informações da New Scientist 
 
O Mal de Alzheimer pode não ser nada mais do que uma fase tardia do diabetes tipo 2.
A revelação surpreendente vem de uma série de estudos que inicialmente não chamaram muito a atenção por desafiar as teorias mais aceitas pelos cientistas sobre a doença.
Contudo, conforme o número de indícios sobre a conexão entre Alzheimer e diabetes tipo 2 se acumula, as suspeitas "vazaram" por entre os muros da comunidade acadêmica.
Teorias falhas
Não é uma surpresa total, porque as teorias vigentes sobre Alzheimer não conseguiram avanços em termos de tratamentos ou cura.
Há cerca de três anos, um pesquisador lançou um manifesto à comunidade científica, clamando por uma nova teoria sobre a Doença de Alzheimer.
As drogas atualmente prescritas visam reduzir os depósitos de placas das proteínas beta-amiloides que se acumulam no cérebro.
Estas placas são uma marca visual da doença, mas alguns estudos mostram que as placas de beta-amiloides podem ser uma defesa do cérebro contra a demência, e não sua causa. Além disso, já havia indícios de que o Alzheimer não seria uma doença só do cérebro.
A novidade agora é que os estudos têm indicado uma correlação muito forte entre o diabetes tipo 2, que também causa deterioração cognitiva, e Alzheimer.
Alzheimer e diabetes avançado
Os cientistas afirmam que já há um "corpo de evidências" significativo de que a doença de Alzheimer seja realmente uma fase tardia do diabetes tipo 2.
A notícia pode encarada de duas formas: um caminho seguro para a prevenção da demência, o que é uma ótima notícia, e uma previsão de um número explosivo de novos casos nos próximos anos, o que é uma péssima notícia.
Isso porque estima-se que existam hoje 35 milhões de pessoas com Alzheimer. O problema é que estimativas semelhantes contam 270 milhões de pessoas com diabetes tipo 2.
Mas há uma diferença significativa entre os dois aspectos: apesar de décadas de pesquisas, não sabemos praticamente nada sobre o Alzheimer, mas sabemos exatamente como evitar o diabetes tipo 2.

Como evitar o Alzheimer
Alzheimer pode ser estágio final do diabetes tipo 2diabetes tipo 2 é uma doença em grande parte ligada ao estilo de vida, causada pela obesidade, má alimentação e falta de exercícios físicos.
Ou seja, ela pode ser prevenida, aliviada e mesmo curada com a adoção de um estilo de vida saudável.
Isso traz a esperança de que seja possível começar a prevenir de forma eficaz a doença de Alzheimer.
Se a ligação entre o diabetes tipo 2 e o Mal de Alzheimer realmente se confirmar, as razões serão ainda mais fortes para que as pessoas se cuidem, o que poderá ajudar a reverter a onda crescente de obesidade.
De fato, boas notícias podem vir de muitas formas - a possibilidade de que a doença de Alzheimer seja "apenas " o diabetes tipo 2 é uma delas.

 
Fonte: Diário da Saúde
 
Disponpivel em: <http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=alzheimer-estagio-final-diabetes-tipo-2&id=9364>. Acesso em: 29 nov. 2013 

13 coisas que as pessoas mentalmente fortes evitam


               
Inúmeros artigos, particularmente voltados a empreendedores, falam sobre as características críticas das pessoas mentalmente fortes, como tenacidade, otimismo e uma capacidade de superar obstáculos.
No entanto, também podemos definir força mental identificando as coisas que indivíduos mentalmente fortes não fazem. Confira alguns desses itens na lista compilada pela psicoterapeuta e assistente social Amy Morin:

1. Perder tempo sentindo pena de si mesmas

Você não vê pessoas mentalmente fortes sentindo pena de si mesmas ou suas circunstâncias. Elas aprenderam a assumir a responsabilidade por suas ações e resultados, e têm uma compreensão inerente de que muitas vezes a vida não é justa. Elas são capazes de emergir de uma situação difícil com consciência e gratidão pelas lições aprendidas. Quando uma ocasião acaba mal para elas, pessoas fortes simplesmente seguem em frente.

2. Ser controladas ou subjugadas

Pessoas mentalmente fortes evitam dar aos outros o poder de fazê-los sentir-se inferiores ou ruins. Elas entendem que estão no controle de suas ações e emoções. Elas sabem que a sua força está na sua capacidade de reagir de maneira adequada. 

3. Fugir de mudanças

Pessoas mentalmente fortes aceitam e abraçam a mudança. Seu maior “medo”, se tiverem um, não é do desconhecido, mas de tornarem-se complacentes e estagnadas. Um ambiente de mudança e incerteza pode energizar uma pessoa mentalmente forte e estimular o seu melhor lado.

4. Gastar energia em coisas que não podem controlar

Pessoas mentalmente fortes não reclamam (muito) do tráfego, da bagagem perdida e especialmente das outras pessoas, pois reconhecem que todos esses fatores estão, geralmente, fora do seu controle. Em uma situação ruim, elas reconhecem que a única coisa que sempre podem controlar é a sua própria resposta e atitude.

5. Preocupar-se em agradar os outros

É impossível agradar a todos. Pior ainda é quem se esforça para desagradar outros como forma de reforçar uma imagem de força. Nenhuma dessas posições é boa. Uma pessoa mentalmente forte se esforça para ser gentil e justa e para agradar aos outros quando necessário, mas não tem medo de dar sua opinião ou apoiar o que acha certo. Elas são capazes de suportar a possibilidade de que alguém vai ficar chateado com elas, e passam por essa situação, sempre que possível, com graça e elegância.

6. Ter medo de assumir riscos calculados

Uma pessoa mentalmente forte está disposta a assumir riscos calculados. Isso é uma coisa completamente diferente do que pular de cabeça em situações obviamente tolas. Mas com a força mental, o indivíduo pode pesar os riscos e benefícios completamente, e avaliar plenamente as potenciais desvantagens e até mesmo os piores cenários antes de tomar uma atitude.

7. Saudosismo freqüente

Há força em reconhecer o passado e, sobretudo, as coisas aprendidas com as experiências passadas, mas uma pessoa mentalmente forte é capaz de evitar se afundar em decepções antigas ou fantasias dos “dias de glória” de outrora. Elas investem a maior parte de sua energia na criação de um presente e futuro melhores.

8. Cometer os mesmos erros repetidamente

Não adianta realizarmos as mesmas ações repetidas vezes esperando um resultado diferente e melhor do que o que já recebemos. Uma pessoa mentalmente forte assume total responsabilidade por seu comportamento passado e está disposta a aprender com os erros. Pesquisas sugerem que a capacidade de ser autorreflexivo de forma precisa e produtiva é uma das maiores características de executivos e empresários bem-sucedidos.

9. Ressentir o sucesso dos outros

É preciso ter força de caráter para sentir alegria genuína pelo sucesso de outras pessoas. Pessoas mentalmente fortes têm essa capacidade. Elas não ficam com ciúmes ou ressentidas quando outros alcançam sucesso (embora possam tomar nota do que o indivíduo fez bem). Elas estão dispostos a trabalhar duro por suas próprias chances de sucesso, sem depender de atalhos.

10. Desistir depois de falhar

Cada fracasso é uma oportunidade para melhorar. Mesmo os maiores empresários estão dispostos a admitir que seus esforços iniciais invariavelmente trouxeram muitas falhas. Pessoas mentalmente fortes estão dispostas a falhar de novo e de novo, se necessário, desde que cada “fracasso” os traga mais perto de seus objetivos finais.

11. Ter medo de passar tempo sozinhas

Pessoas mentalmente fortes apreciam e até mesmo valorizam o tempo que passam sozinhas. Elas usam esse tempo de inatividade para refletir, planejar e ser produtivas. Mais importante, elas não dependem de outros para reforçar a sua felicidade e humor. Elas podem ser felizes com os outros, bem como sozinhas.

12. Sentir que o mundo lhes deve algo

Na economia atual, executivos e funcionários de todos os níveis estão ganhando a percepção de que o mundo não lhes deve um salário, um pacote de benefícios e uma vida confortável, independentemente da sua preparação e escolaridade. Pessoas mentalmente fortes entram no mercado preparadas para trabalhar e ter sucesso de acordo com seu mérito, ao invés de já chegar com uma lista de coisas que deveriam receber de mão beijada.

13. Esperar resultados imediatos


Quer se trate de um treino, um regime nutricional ou de começar um negócio, as pessoas mentalmente fortes entram nas situações pensando a longo prazo. Elas sabem que não devem esperar resultados imediatos. Elas aplicam sua energia e tempo em doses e celebram cada etapa e aumento de sucesso no caminho. Elas têm “poder de permanência” e entendem que as mudanças genuínas levam tempo.
E aí? Você tem força mental? Existem elementos nesta lista que você precisa melhorar? [Forbes]
 
Fonte: Hypescience
 
Disponível em: <http://hypescience.com/13-coisas-que-as-pessoas-mentalmente-fortes-evitam/>. Acesso em: 29 nov. 2013

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Princípio ativo de antidepressivos resgata propriedades juvenis de neurônio


Os autores do experimento ainda precisam investigar se o efeito é benéfico ou maléfico, mas acreditam que a descoberta vai ajudar no combate a doenças psiquiátricas

Ao envelhecer, o corpo humano tem os mecanismos de defesa enfraquecidos, facilitando o surgimento de doenças e distúrbios. Uma dúvida que intriga cientistas é se seria possível, ao resgatar o estado jovem do organismo, corrigir ou retardar essas complicações. Um experimento desenvolvido por pesquisadores do Japão com ratos indica que sim. O sucesso dos testes é resultado dos efeitos da fluoxetina. Princípio ativo de antidepressivos, a substância foi capaz de reativar o lado juvenil do cérebro dos animais. A primeira aplicação clínica cogitada pelos cientistas é o desenvolvimento de medicamentos que recuperem o humor de pessoas depressivas. “A imaturidade de neurônios no cérebro adulto não tinha sido descoberta. O nosso grupo pode ter sido o primeiro a encontrar tais fenômenos marcantes”, comemora Koji Ohira, professor da Universidade de Saúde de Fujita e um dos autores do trabalho.
 No experimento, foi aplicada a fluoxetina em ratos de laboratório e observado como ela agia no cérebro das cobaias. Os animais mostraram uma expressão reduzida de parvalbumina e redes perineuronais — marcadores moleculares que indicam a maturação em neurônios maduros em adultos e o aumento da expressão de um marcador imaturo, que normalmente aparece no desenvolvimento de cérebros juvenis, no córtex pré-frontal, definido por eles como estado juvenil induzido, ou Iyouth. “Notamos o estado juvenil induzido em uma proporção substancial de neurônios no córtex. Embora não tenhamos nenhuma evidência direta do efeito de Iyouth para doenças psiquiátrica, como depressão e ansiedade, o seu efeito em transtornos psiquiátricos pode ser maior do que a nossa imaginação”, explica o pesquisador.

Segundo Ohira, ainda não é possível dizer ser o efeito rejuvenescedor provocado pela fluoxetina trará malefícios para o corpo humano. “Alguns aspectos de Iyouth podem desempenhar papéis em certos efeitos colaterais, como agressão, violência e psicose. Temos de investigar questões como os mecanismos celulares e moleculares subjacentes e as diferenças deles em relação à juventude atual e a induzida”, complementa. O pesquisador também acredita que mais estudos poderão ajudar a entender como o remédio age na mente humana, recuperando, por exemplo, o humor de pessoas com depressão. “Estamos confiantes de que esses estudos evoluirão e contribuirão para o prevenção e o tratamento de várias desordens neuropsiquiátricas”, aposta.

Cuidado ao ingerir
Na opinião de Patrícia Medeiros de Sousa, professora de farmacologia da Universidade de Brasília (UnB), a pesquisa foca na ação de uma substância que tem sido consumida em excesso. Além de antidepressiva, a fluoxetina é usada, por exemplo, por pessoas que querem emagrecer, em razão da capacidade de inibir o apetite; e em tratamentos contra a fibromialgia, síndrome caracterizada pela dor crônica e generalizada. “Cada vez mais, as ações dessa substância são exploradas na área médica, o que requer muito cuidado e atenção pois, se for ingerida em grandes quantidades, ela pode acarretar problemas sérios de saúde”, alerta. “Entender a fundo como essa substância age, como relatado no estudo, é de extrema importância para que possamos saber em que tratamentos e com que dosagens corretas ela pode ser estabelecida.”
Professor do Centro de Neuropsiquiatria da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), João Ricardo Oliveira acredita que o estudo japonês mostra um lado novo da ação da fluoxetina, mas que a exploração dessa propriedade ainda precisa ser muito avaliada. Outros estudos seguem nesse sentido, usando a substância como auxiliar no tratamento de outras doenças. “Acredito que há pontos positivos e negativos. Descobrir esse efeito de rejuvenescimento pode auxiliar na criação de remédios para o tratamento do Alzheimer, por exemplo. Nesse caso, ela animaria os pacientes que ficam abatidos ao decorrer dos efeitos da doença. Porém, precisamos ter cuidado para que as pessoas não achem que é possível usar o remédio de forma indiscriminada”, pondera.

Oliveira também ressalta que a realização de mais estudos sobre a ação desse medicamento poderá ajudar a explicar quais reações colaterais podem ser geradas com a exploração desse novo efeito provocado pela fluoxetina e a decidir se a indução ao estado de juventude cerebral é benéfica. “Testes clínicos iniciais feitos com cobaias animais são bastante interessantes e nos ajudam a entender como o corpo reage, mas precisamos de exames com humanos. Neles, com o uso de eletroencefalogramas, por exemplo, poderemos ver se esse efeito também acontece na nossa espécie e se devemos ter cuidado ao ingerir essa substância”, destaca.

Lançamento revolucionário

A fluoxetina foi sintetizada e comercializada primeiramente pela companhia farmacêutica Eli Lilly com o nome Prozac. A patente do remédio que revolucionou o tratamento contra a depressão expirou em 2001, permitindo a produção por outros laboratórios. Quando lançada, a substância chamou a atenção por reduzir os efeitos colaterais provocados por antidepressivos antigos, como a queda da pressão arterial, o ganho de peso e a tontura. Ela aumenta o nível de serotonina — um dos neurotransmissores do cérebro que atuam na comunicação dos neurônios. Com a comunicação entre as células nervosas cerebrais facilitada, os efeitos da depressão são aliviados.

Fonte: Associação Brasielira de Psiquiatria - ABP
 
Disponível em: <http://www.abp.org.br/portal/imprensa/clipping-2>. Acesso em: 28 nov. 2013

Antecipação da dor é pior do que a própria dor

Com informações da New Scientist 

A antecipação da dor é realmente pior do que a própria dor.

Em outras palavras, as pessoas ficam felizes em suportar um pouco mais de dor se elas puderem senti-la agora, em vez de ficar esperando por ela.
As teorias clássicas da tomada de decisão supõem que as pessoas preferem adiar as punições e antecipar as recompensas porque eventos distantes parecem ser menos importantes - isso é chamado de "descontos temporais".
Mas essa teoria parece desabar quando o assunto é a dor.
Uma explicação possível é que a antecipação da dor é, por si mesma, desagradável, um fenômeno que os pesquisadores denominam apropriadamente de "temor".
Medo no tempo
Para investigar como o temor, ou o medo, variam com o tempo, Giles Story e seus colegas da Universidade College de Londres convenceram 33 voluntários a ficar em um aparelho que lhes dava choques elétricos suportáveis.
Os voluntários podiam escolher entre choques fracos, moderados ou mais fortes que fossem aplicados agora ou mais tarde.
Embora algumas pessoas tenham sempre optado por experimentar o mínimo de dor, em 70% das vezes, em média, os participantes optaram por receber mais choques mais cedo do que um número menor de choques mais tarde.
Variando o número de choques e o tempo de espera, a equipe verificou que o medo da dor aumenta exponencialmente à medida que se aproxima a hora de sentir essa dor.
O medo da antecipação é tão forte que reverte o padrão tradicionalmente aceito de "desconto temporal".
Vai uma dorzinha aí?
Outro estudo similar já havia comprovado que as pessoas podem experienciar a dor como um alívio, e até como prazer, quando ela dói menos do que o esperado.

"Provavelmente não é um exagero dizer que as dores na vida se originam tanto, ou até mais, da antecipação e da memória do que de experiências reais," avalia George Loewenstein, professor da Universidade Carnegie Mellon, que analisou o estudo.
O experimento poderá ter implicações para a medicina, porque compreender como as pessoas julgam a dor é importante para lhes apresentar opções de tratamentos potencialmente dolorosos.

Fonte: Diário da Saúde

Disponível em: < http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=antecipacao-dor-pior-propria-dor&id=9352>. Acesso em: 28 nov. 2013

terça-feira, 26 de novembro de 2013

1º Encontro Nacional da RAPS

                 
O Encontro tem por objetivo principal o fortalecimento da RAPS, reunindo todos os pontos de atenção e serviços da rede, seus usuários, familiares e parceiros. Instituída pela portaria nº 3.088, em 2011, a RAPS reforça a Política Nacional de Saúde Mental, apoiada na lei 10.216/01, na busca pela consolidação de um modelo de saúde mental de base comunitária. O Encontro possibilitará um espaço de interação, troca, apoio e articulação entre os diversos atores institucionais e comunitários que compõem a RAPS, fortalecendo as redes e os colegiados regionais e estimulando a realização de encontros regionais. Sua realização propiciará a troca de experiências locais e dará visibilidade às boas práticas de implementação e consolidação da RAPS.

O Encontro será realizado nos dias 4, 5 e 6 de dezembro, na cidade de Pinhais, região metropolitana de Curitiba/ PR, no Expotrade Convention Center, no seguinte endereço: Rodovia Dep. João Leopoldo Jacomel, 10.454.

ATENÇÃO: O Prazo Final para inscrições no I Encontro Nacional da RAPS foi prorrogado até o dia 29 de novembro! O prazo para envio de Propostas de Apresentação de Pôster e Apresentação em Rodas de Conversa está encerrado!


Confira no nosso 2º Informe uma lista de hotéis pré-bloqueados para o Encontro e outras informações importantes.

Fonte: Portal da Saúde

Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/saude/area.cfm?id_area=1893>. Acesso em: 26 nov. 2013

Raiva: como lidar?

Por Jéssica Rodrigues Lima 
Acadêmica de Jornalismo do CEULP/ULBRA
        
Em meio à vida estressante das sociedades modernas, a raiva se torna um sentimento comum do dia-a-dia das pessoas. Situações como uma fechada no trânsito ou uma briga conjugal são alguns dos motivos que podem causar esse sentimento desagradável. Nesse momento a pessoa pode ter sentimentos como falta de esperança, nervos à flor da pele, instabilidade afetiva e irritabilidade persistente. Tudo isso pode levar o indivíduo a agir por impulso, o que pode levar a sérias consequências. Fatores como genética, depressão, problemas hormonais, cansaço e fome podem contribuir e muito para o estado da raiva.
O estudante de Publicidade e Propaganda, Adriano Marinho, conta que sente raiva facilmente por diversos motivos como ciúmes e pessoas que ficam em seu pé. A raiva já fez o estudante agir por impulso e com agressividade muitas vezes. “Um cara falou umas mentiras sobre mim. Avancei em cima dele, bati muito nele e depois me arrependi. Quando fico nervoso, só ouvindo rock para me acalmar”, afirma.
                  
Por causa dessa reação impulsiva, cerca de 30% dos homicídios em São Paulo, por exemplo, são provocados por motivos fúteis, como brigas entre vizinhos e no trânsito. Em outros estados, como Rio Grande do Sul e Pernambuco, esse percentual chega a 50%. Tudo isso comprova que, em momentos de fúria, é preciso parar e pensar antes de tomar uma atitude que possa causar arrependimento depois.
Expectativas frustradas também podem levar a raiva, que por sua vez pode gerar doenças graves como a depressão. "Estamos suscetíveis a senti-la já que estabelecemos relações afetivas com o outro. Porém, devemos aceitar que ele não é o culpado pelo o que sentimos. Sentimos raiva por que não temos nossas expectativas concretizadas e daí vem a mágoa. Só que o outro não tem que, necessariamente corresponder as nossas expectativas, mesmo quando a causa é a injustiça ou a humilhação. Não somos iguais", explica o psicólogo Chris Almeida.
Em casos em que a irritabilidade foge do controle, o médico pode até mesmo receitar o uso de antidepressivos. Dependendo do caso, o comportamento agressivo pode ter como alvo a própria pessoa, outras que estejam por perto ou até mesmo objetos. Além disso, o indivíduo no momento da fúria pode agredir outros de maneira física ou também verbal. Por isso, para evitar tudo isso, a primeira dica é afastar-se da situação.
Saber lidar com a raiva é uma ótima forma de preservar a saúde e, sobretudo, os relacionamentos. Veja a seguir o que fazer para você se sentir melhor e controlar a raiva: conte a 10, perdoe, tente se distrair, respire profundamente, não negue que está irritado, escreva sobre o problema, não faça tempestade em copo d’água, faça exercícios, pratique a compaixão, ao envie e-mail quando você está com raiva, tente ser grato, espere para falar e faça uma oração.
       
Fonte: (EN)Cena

Disponível em: <http://ulbra-to.br/encena/2013/11/25/Raiva-como-lidar>. Acesso em: 26 nov. 2013 

Conviver com animais de estimação faz bem à saúde física e mental

Por Jéssica Rodrigues Lima 
Acadêmica de Jornalismo do CEULP/ULBRA
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Segundo um estudo feito pela Universidade de Miami, publicado no site do Journal of Personality and Social Psychology, pessoas que possuem animais de estimação "têm mais qualidade de vida e conseguem resolver melhor diferenças individuais que as que não têm animal de estimação". Para chegar aos resultados, os pesquisadores questionaram 217 pessoas, na maioria (79%), mulheres com idade média de 31 anos. 
O estudo indicou que donos de cachorros, gatos e outros bichos de estimação mantêm uma relação tão estreita com as pessoas próximas como a que têm com seus animais, proporcionando apoio social e emocional às pessoas. "Especificamente os donos de mascotes têm mais autoestima e estão em melhores condições físicas, além disso, tendem a ser menos solitários, são mais conscientes do que ocorre a sua volta, são mais extrovertidos, tendem a ser menos receosos e menos preocupados", afirmou o pesquisador.
O Consultor de Engenharia de Produção, Marcelo Augusto Gibbert, tem dois cachorros e acredita que um animal de estimação influencia positivamente na saúde física e mental do indivíduo. [O animal] “se torna companheiro meu, e parece que dando carinho ao animal, ele também está dando carinho pra gente, retirando uma carência natural do ser humano”.
Um animal de estimação pode deixar o dono mais feliz, otimista, ativo e menos solitário. Costumam saber quando a pessoa está triste ou feliz e podem ser os melhores companheiros. Além disso, os animais domésticos podem fazer bem para o coração (pressão arterial e circulação sanguínea), sistema imunológico, hiperatividade, depressão, postura e alergias. Saiba quais são os principais benefícios de conviver com um animal de estimação:
            
As opções de animais de estimação são diversas. Cão, gato ou outro bichinho mais exótico – como aves, peixes e tartarugas são algumas das opções de companhia e funcionam como verdadeiros terapeutas. Em alguns casos, até animais de grande porte podem ajudar, como cavalos e botos. É importante escolher um animal que possui características e personalidade adequadas para cada tipo de dono e família. Veja abaixo o animal mais indicado para cada tipo de dono:
       
Os estudos nessa área são muitos e só reforçam que os bichos são benéficos a diversos aspectos da saúde das pessoas. A Associação Americana do  Coração publicou um estudo enfatizando que os animais de estimação estão fortemente associados à redução de riscos de doenças cardíacas, colesterol alto e obesidade, além de melhorar a qualidade de vida. Os cães foram o grande destaque da pesquisa, porque eles fazem com que seus donos saiam para se exercitar, chegando até a fazer 90 minutos de caminhadas por semana. A Associação também afirma que os bichinhos podem provocar um efeito positivo sobre as reações do organismo ao estresse.
A estudante de Publicidade e Propaganda, Tamaria Sandoval, tem dois cachorros e quatro gatos. Para ela “os animais possuem uma energia diferente do que sentimos quando estamos com outra pessoa. A capacidade de sentir algo tão puro, mesmo que o dono não esteja em um bom dia e não o trate bem. Sinto isso com meus animais. Após um dia difícil, sempre ficam esperando a chegada do pessoal que mora aqui em casa, sempre dispostos a brincar, a fazer algo que nos faça esquecer qualquer problema que tenha ocorrido”, afirma.
No Brasil, mais precisamente no hospital Albert Einstein, existe a Pet Terapia, ou seja, locais em que os pacientes internados ou em recuperação recebem seus bichinhos. Os efeitos são muito positivos. Para receber os bichinhos, o hospital exige que o paciente tenha autorização do médico, um laudo veterinário atestando as boas condições do bicho, a carteira de vacinação em dia e a comprovação de banho tomado. Se forem animais de grande porte, não poderão ser aceitos no quarto e a visita é marcada em outro local do hospital.
Os benefícios dos internados são evidentes, entre os resultados testados estão a melhora do sistema imunológico, da autoconfiança, o resgate da autoestima e o aumento da capacidade motora, cognitiva e sensorial.

Fonte: (EN)Cena
 
Dispononível em: <http://ulbra-to.br/encena/2013/11/23/Conviver-com-animais-de-estimacao-faz-bem-a-saude-fisica-e-mental>. Acesso em: 26 nov. 2013

Insônia: a vilã do sono perfeito

Por Jéssica Rodrigues Lima 
Acadêmica de Jornalismo do CEULP/ULBRA
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Um dos requisitos básicos para uma vida saudável é um sono de qualidade, importantíssimo para o desenvolvimento normal do cérebro, os processos de memória e o aprendizado. Também é através do sono noturno que são liberados hormônios indispensáveispara a maturação, o crescimento e a manutenção da saúde do nosso corpo.
O sono é um estado complexo e ativo e apresenta cinco estágios que se alternam. Um ciclo de sono é considerado completo quando todos os estágios estão presentes e costuma durar cerca de 90 minutos. Desta forma uma pessoa que durma 6 horas numa noite apresentará cinco ciclos de sono e outra que durma 8 horas, seis ciclos. Na primeira metade da noite predomina o sono profundo e na segunda metade o sono REM ou paradoxal. Por estes motivos dificilmente acordamos na primeira metade da noite. Na segunda metade sonhamos, e também acordamos com mais facilidade.
Problemas no sono como insônia interferem de maneira significativa na qualidade de vida e estão entre as principais causas da baixa produtividade. Muitas vezes, a insônia passa despercebida pelos pacientes e pelos médicos. Cabe então ao neurologista perceber que muitas vezes, um paciente com queixas frequentes de memória, atenção, dores de cabeça, mau humor, etc. tem na verdade um transtorno de sono, como insônia. A partir do diagnóstico é possível oferecer tratamento adequado para esse distúrbio que é o mais comum dos transtornos do sono.

O que é?
A insônia é a dificuldade em iniciar e/ou manter o sono, o que prejudica o bom funcionamento da mente e do corpo no dia seguinte. Cerca de 40% dos brasileiros sofrem ou sofreram deste mal nos últimos doze meses. Os principais sintomas da insônia são: dificuldade em iniciar o sono; levantar muitas vezes durante a noite com dificuldade em voltar a dormir; acordar cedo demais e sono não restaurador. A falta de sono pode causar problemas durante o dia, tais como: cansaço, falta de energia, dificuldade de concentração e irritabilidade.

Causas e consequências
Geralmente a insônia é decorrente de fatores estressantes em um indivíduo que apresenta fatores predisponentes, como idade avançada; sexo feminino (principalmente durante e após a menopausa); história de insônia em familiares; depressão e outros distúrbios psiquiátricos; doenças orgânicas; tabagismo; etilismo e dependência química.
O tipo crônico geralmente é causado por uma combinação de fatores como desordens físicas ou mentais. Outras causas incluem artrite; doença nos rins; problema no coração; asma; apneia; narcolepsia; síndrome das pernas inquietas; mal de Parkinson e hipertiroidismo.
Alguns comportamentos têm mostrado perpetuar a insônia em algumas pessoas, são eles: expectativa e preocupação em ter dificuldade para dormir; preocupação excessiva com o trabalho, não sabendo esquecê-los após o fim do expediente; ingestão de quantidade excessiva de cafeína; ingerir álcool ou fumar antes do horário de dormir; soneca excessiva de manhã ou de tarde; horários de dormir/acordar irregulares ou continuamente alterados; ciclos irregulares de sono/despertar (por um trabalho noturno, por exemplo).
A professora Paula Gibbert conta que tem insônia quando está preocupada ou muito estressada. No outro dia as consequências da noite mal dormida aparecem. “Torno-me mais irritada e cansada. Sinto dores na omoplata, principalmente a esquerda”, afirma. A professora ainda conta que nunca procurou um médico para obter um diagnóstico preciso e um tratamento adequado. “Os brasileiros de modo geral vão deixando o tempo passar até o ponto em que não dá mais pra suportar e como não é sempre, vou indo. Nesta noite dormi bem, na noite anterior, acordei às 3 horas e cadê o sono? Sumiu”, relata.
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Diagnóstico e tratamento
Pacientes com insônia devem ser adequadamente avaliados por um médico especializado em Medicina do Sono. Um dos métodos para se diagnosticar um paciente com insônia é o Diário do Sono. O paciente deve preenchê-lo ao longo de 1 a 2 semanas, registrando os horários em que se levanta, deita, cochila, toma café e faz exercícios. O diário do sono é muito útil para a abordagem do médico. Um exame de sono chamado polissonografia também pode ser solicitado, com o intuito de detectar outras possíveis doenças do sono que contribuem para a insônia.
        
O tratamento para a insônia pode ser simples nos casos de início recente ou nos casos em que se interrompe e reinicia por períodos de tempo, com a utilização de comprimidos para dormir de curta ação. Já o tratamento da insônia crônica é mais complicado e consiste em um tratamento multimodal, através do diagnostico e tratamento dos problemas médicos ou psicológicos que possam estar ocasionando a insônia. Também é necessário identificar comportamentos que podem piorar a insônia e interrompê-los ou reduzi-los. Pode ser necessária a prescrição de medicamentos para dormir, dando-se preferência àquelas que não causam dependência. Também são utilizadas técnicas de relaxamento para reduzir ou eliminar a tensão corporal e ansiedade, restrição de sono e recondicionamento do corpo.

Fonte: (EN)Cena

Disponível em: <http://ulbra-to.br/encena/2013/11/23/Insonia-a-vila-do-sono-perfeito>. Acesso em: 26 nov. 2013 

Estratégia polêmica contra o abuso de drogas

Professor titular da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, Carl Hart não acredita em um mundo sem drogas e denuncia o fracasso das atuais políticas na área 


Carl Hart é professor titular do Departamento de Psicologia da Universidade de Columbia, em Nova York, e estuda a questão das drogas desde 1990. Interessado pelo Brasil, arguto pensador e contador de histórias, ele contesta noções convencionais sobre dependência química. Hart virá ao Brasil em 2014 para uma série de conferências.
Carl Hart acaba de publicar o autobiográfico “High price” (Editora Harper Collins), livro que conta a história de um menino que cresceu num bairro pobre e violento de Miami, envolveu-se com toda sorte de pequenos crimes, e finalmente construiu uma carreira respeitada como neurocientista de vanguarda, cujas pesquisas polêmicas têm trazido novas luzes para a relação entre pobreza, drogas e prazer, além de denunciar o fracasso das atuais políticas na área das drogas.



Você menciona em seu livro que, quando as pessoas têm alternativas atraentes nas suas vidas, não escolhem usar drogas de forma autodestrutiva, e que usuários frequentes de drogas são encontrados em todas as classes sociais, mas que a dependência é algo diverso.



No caso do crack, por exemplo, apenas um pequeno percentual dos usuários se comporta de forma perturbadora, o que indica que não é uma determinada propriedade dessa droga que é o problema. O problema é o indivíduo que está usando a droga, sua condição pessoal, social e seu meio ambiente. Eu trabalho com dependentes de drogas num ambiente de laboratório onde eles ficam por seis a sete semanas.
Os participantes dessas experiências são predominantemente negros, hispânicos e pobres e o que estamos investigando é o seguinte: podemos fazer com que essas pessoas escolham outras coisas que possam ter significado para elas, outras opções que não as drogas? Muita gente acha que isto é impossível, mas o resultado é que as pessoas, nas nossas experiências, acabam escolhendo outras coisas — de vales para compra de todo tipo de mercadoria a dinheiro vivo. Se podemos fazer com seres humanos, num laboratório, porque não podemos fazer na vida lá fora? Se você não tiver disposição para tentar descobrir o que funciona com cada indivíduo é melhor desistir.



O que você acha da hipótese de que quem faz uso abusivo de drogas não tem força de vontade ou caráter?
Não há qualquer evidência científica que comprove isso. Outra coisa muito comum é dizer que o problema é genético, e para isto também não existe evidência científica. Há pessoas que são dependentes de drogas por causa de uma série de problemas psiquiátricos: depressão, ansiedade, esquizofrenia, etc. e esses problemas precisam ser tratados para se resolver a questão da dependência desta ou daquela droga. Mas a maioria das pessoas que tem problemas com drogas carece de toda sorte de habilidades para lidar com sua vida diária. E isto pode acontecer com os ricos também. São pessoas às quais não foram ensinadas algumas das mais básicas habilidades para lidar com o seu cotidiano como, simplesmente, ter responsabilidade. A verdade é que para essas pessoas, assim como para aquelas muito pobres, a coisa mais atraente é se drogar. E a satisfação que a droga proporciona passa a ser a grande e única fonte de prazer.



Como a ciência pode influenciar a legislação na área das drogas? Os cientistas deveriam manter um diálogo permanente com os legisladores?
É uma pergunta difícil porque em geral os cientistas são pouco articulados. Estamos todos procurando encontrar as pequenas peças do quebra-cabeças e algumas vezes simplesmente não conseguimos nos fazer entender. Vou dar um exemplo: se você é um cientista, trabalhando com drogas nos laboratórios, os políticos vão querer saber quais os efeitos negativos das drogas. Ora, muitos desses cientistas na verdade desconhecem as complexidades da condição humana. É preciso que os cientistas que falam com legisladores tenham estudado drogas a partir de uma perspectiva muito ampla — os aspectos sociais, a neurociência, os efeitos positivos das drogas versus os efeitos negativos e, em geral, os cientistas não possuem esta visão mais abrangente.



Qual é a sua estratégia para se fazer ouvir?
Para falar como um cientista você precisa ter credibilidade e isto se adquire publicando regulamente. Como os legisladores estão sempre temerosos de qualquer coisa que possa significar um risco político em potencial, o melhor é sempre falar para o público. Falar em organizações locais, em igrejas, em eventos públicos. Até em nightclubs eu já falei. E você precisa escrever artigos de opinião nos jornais e escrever cartas ao editor. Você tem que ir aonde a ação acontece. Quando as pessoas estão convencidas, os políticos acompanham. Mas os políticos não vão liderar este processo. Mesmo quando eles fazem leis mais duras, estão respondendo a seus eleitores. Assim, como cientistas que querem provocar mudanças, precisamos encontrar quem são esses eleitores e falar para eles. Precisamos ensinar às pessoas e elas exigirão as mudanças que os políticos farão.



Como o apoio financeiro para pesquisas na sua área funciona e como você se relaciona com os órgãos governamentais como o Instituto Nacional de Saúde (NIH, na sigla em inglês) e o Instituto Nacional para a 



Dependência em Drogas (NIDA, na sigla em inglês)?
O NIH é como uma instituição guarda-chuva com a missão de solucionar patologias. O NIDA é o meu instituto, que sempre financiou minhas pesquisas, mas eles estão focados nas coisas ruins que acontecem por causa das drogas. Quando eu conseguia recursos — e eu não tenho tido muito sucesso recentemente — eu estava procurando achar as respostas para o que fazer com os efeitos terríveis das drogas. Mas, na verdade, enquanto eu considerava estes efeitos terríveis eu me dei conta de que não estava examinando o cenário como um todo. Nas minhas pesquisas eu comecei a ver os efeitos positivos da maconha, da metanfetamina, do MDMA, do crack e da cocaína — o que não quer dizer que essas drogas não possam provocar, potencialmente, efeitos negativos. Mas eu passei a reconhecer as possibilidades das anfetaminas no que diz respeito a estar mais alerta e vigilante, o que é muito importante nos casos de privação do sono ou fadiga; perceber os estimulantes como substâncias importantes para aumentar o desempenho cognitivo e o humor; e a maconha, obviamente, para diminuir dores, os efeitos da quimioterapia e como recurso importante no tratamento do estresse pós-traumático.



Os cientistas brasileiros precisam lidar com o fato de que o apoio financeiro sempre privilegia intervenções relacionadas à abstinência em vez de intervenções de redução de danos. Como resolver isto?
No meu caso, estou gerando meus próprios recursos para pesquisa. Além de recursos da própria universidade, falo em eventos, e a remuneração dessas palestras vai também para minhas pesquisas. Para dizer a verdade, eu me sinto culpado aceitando dinheiro pelas palestras. Minha educação foi paga com recursos dos cidadãos que pagam seus impostos e eu acredito que preciso retribuir isto.



Como superar a forte influência da mentalidade arraigada do “diga não às drogas” tanto nas políticas como nas ações governamentais?
Acreditar que se pode dizer não às drogas é uma grande estupidez, uma visão simplista e perigosa. Drogas de todo tipo sempre fizeram parte da história dos homens e eu não gostaria de viver num mundo sem drogas. Seria um mundo muito entediante, tenso, cheio de ansiedades e depressões. E é sempre bom lembrar que a maior parte das pessoas que usa drogas não abusa das drogas. Falar de um mundo livre de drogas é pura retórica política vazia.



Como você avalia a questão da maconha para uso medicinal?
A maconha para uso medicinal foi legalizada em 20 estados americanos e, a partir de 1 de janeiro de 2014, a maconha para uso recreacional estará legalizada nos estados de Colorado e Washington.
O interesse pela maconha medicinal tem crescido ano a ano nos Estados Unidos. Já se provou que a maconha tem efeitos benéficos em relação a vários problemas de saúde, como a perda do apetite nos casos de Aids, ou para redução da náusea provocada pela quimioterapia. A maconha também vem sendo usada para tratamento do estresse pós-traumático com sucesso. É claro que há outros medicamentos disponíveis para tratar desses problemas, mas a maconha deveria estar incluída entre as opções possíveis.



Há quem defenda a descriminalização, outros a legalização das drogas. Qual a sua posição?
Eu não sou contra a legalização, mas nos Estados Unidos há tanta ignorância sobre a questão das drogas que para qualquer efeito negativo que se venha a atribuir a esta ou aquela droga sempre haverá os que dirão que é por causa da legalização. E, então, alguns dos efeitos bizarros de algumas drogas serão explorados. Eu aposto o que você quiser que logo estarão dizendo que no Colorado e em Washington, estados que legalizaram a maconha recreacional, os jovens estarão fumando mais cedo, terão problemas cognitivos e mais chances de se tornarem dependentes. Por isso tudo, eu sou a favor de caminharmos por etapas e o que podemos fazer, rapidamente, é descriminalizar. Precisamos esclarecer o público sobre todo tipo de efeitos das drogas. Depois podemos começar a falar em legalização.



Fonte: Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP
Disponível em: <http://www.abp.org.br/portal/imprensa/clipping-2>. Acesso em: 26 nov. 2013 

A vergonha dos antidepressivos


Nem todos os que tomam esses remédios querem viver sem sofrimento: o que não querem é o sofrimento sem vida.


Todos os dias, de manhã, depois do café, eu procuro uma cartela prateada que fica em cima de meu criado-mudo. Religiosamente, tomo um comprimido. É um antidepressivo. Não tenho vergonha. Estou em tratamento, acompanhada por médico e psicólogo. Não sou mais fraca do que ninguém por ter ingerir a pílula. Não quero tomá-lo para sempre, mas não quero abandoná-lo apenas para provar a alguém que dou conta de tudo. Porque eu não dou. 

Em dois meses, meu (ex-)marido me pediu o divórcio de maneira repentina e perdi meu avô, que morreu em casa, após ter ficado gravemente doente durante meses. Dois acontecimentos muito intensos, em período curto de tempo.


Procurei ajuda na terapia. Cheguei a ter sessões duas vezes por semana. Um dia, achando que já estava melhor, quis ficar sozinha em casa. Chorei por horas seguidas, passando a noite em claro. Era um desespero sem fim. 

Dificuldades para respirar. Mãos tremendo. De manhã, me arrumei e fui sozinha ao pronto-socorro. Não sei como cheguei lá. Precisava me acalmar, nem que fosse de modo artificial, com a ajuda de remédios. Nesse dia, percebi, com o auxílio também da terapia, que necessitava mais do que conversa. 


Eu estava doente. Mentalmente doente. Houve um desequilíbrio aterrorizador, que me tirou do prumo, que provocou uma queda abissal. Além da crise que me levou ao pronto-socorro, emagrecia continuamente e não tinha poder nenhum de concentração. Escolhi o psiquiatra pelo currículo: procurei alguém com boa formação acadêmica e experiência clínica, mas também pesquisador. Fui orientada a tomar um antidepressivo, com dosagem mínima, e a reforçar os exercícios físicos, além de continuar com a terapia. Faço tudo isso, há quase um ano. 



Mas a pílula não me fez parar de sofrer. Chorei muito pela tristeza das perdas, pelo desprezo que senti, pelas mudanças grandes que me assolaram. Passei por períodos de angústia, nervosismo, pensamentos confusos. Houve dias em que não tive vontade de sair de casa, e não saí. Ainda passo por tudo isso, mas em “dosagens” cada vez menores. Voltei a ter mais controle sobre minha vida: tenho rotina de trabalho novamente, pude me mudar para Lisboa (por conta do doutorado), consigo ficar sozinha, lido melhor com a tristeza que ainda vem. 



Há pessoas que procuram antidepressivos para tentar evitar a dor, e há médicos que indicam esses medicamentos de modo desnecessário? Certamente, pelo que lemos na imprensa. Mas nem todos os que tomam esses remédios estão fugindo do sofrimento. Eles querem escapar da sensação da falta de ar, do coração acelerado, do choro que não passa nunca, do medo sem motivo que vira companheiro de vida. São pessoas que não querem viver sem sofrimento: o que não querem é o sofrimento sem vida. 



Escrevi este texto porque ouço com certa frequência a pergunta: “Ainda toma remédio?”. E, algumas vezes, a questão vem acompanhada de sugestões: “Mas por que você não faz mais exercício, para parar com isso?”. “Já tentou ficar sem tomar?”. “Isso não é mania do médico, não?”. Bombardeada com perguntas assim e me sentindo mais inteira, pedi a meu psiquiatra que tentássemos reduzir o remédio. Ele acatou minha decisão, de forma experimental. Foram dias horríveis... 



Eu ainda não estou pronta. Mas estou no caminho. O medicamento me ajuda nisso, assim como a terapia, os exercícios, a família, os amigos, a música, o trabalho, o amor... E também este texto, e todos os outros que venho escrevendo neste espaço. E, por isso, agradeço a sua leitura. 


Fonte: Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP

Disponível em: http://www.abp.org.br/portal/imprensa/clipping-2. Acesso em: 26 nov. 2013

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

A ditadura da beleza e a autoestima feminina

Por Jéssica Rodrigues Lima 
Acadêmica de Jornalismo do CEULP/ULBRA

Vivemos em uma sociedade onde o padrão de beleza imposto pela mídia é inatingível, causando assim distúrbios psicológicos e transtornos alimentares, além de tornar as pessoas cada vez mais consumistas. As mulheres são o alvo principal e o fato de não conseguirem atingir os padrões estéticos “estipulados”, pode causar consequências graves na autoestima feminina. O excesso de preocupação com a beleza muitas vezes é desnecessário, uma vez que o conceito de beleza é relativo.
No Brasil a valorização do corpo chega a ser gritante e a imagem de perfeição imposta pela mídia está longe da realidade da maioria das brasileiras, seja por falta de tempo, dinheiro ou até mesmo desejo. Os padrões de beleza vigentes em nossa sociedade são a magreza, o corpo sarado, a pele e os cabelos perfeitos, entre outros. Assim, uma mulher pode sentir sua autoestima despencar caso não tenha o corpo da atriz famosa ou da modelo. Surgem sentimentos como frustração, medo, angústia e insegurança, que levam à depressão.
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Os comportamentos típicos da mulher com baixa autoestima são: necessidade de aprovação (reconhecimento e agradar); dependência (financeira e emocional); insegurança (ciúmes); não se permite errar, perfeccionista; sentimento de não ser capaz de realizar nada; não acredita em si e em ninguém; dúvidas constantes, dúvida de seu próprio valor; depressão; ansiedade; inveja; medo; raiva; agressividade; comodismo; vergonha; dificuldade em crescer profissionalmente e sentimento de inferioridade.
Outro problema gerado pela ditadura da beleza são os distúrbios alimentares que ocorrem em função da imagem do corpo perfeito promovida pelos meios de comunicação de massa. É cada vez maior a procura por academias e clínicas de estética. Não há problema algum em querer se manter bonita e saudável, mas muitas mulheres acabam exagerando, seja por exercícios em excesso que podem levar a exaustão, seja pela privação de alimento que pode causar doenças como anorexia, bulimia e vigorexia, ou através de cirurgias estéticas que já levaram à morte tantas moças famosas e anônimas.
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Essa busca incessante pelo ideal de perfeição também pode levar ao consumismo exagerado. Ao mesmo tempo em que a mídia mostra corpos considerados perfeitos, a publicidade tenta vender produtos para tratamento estético. Tudo isso é uma jogada comercial para nos tornar cada vez mais consumistas. E aí surge outro problema. Os tratamentos estéticos e os produtos de beleza geralmente requerem uma quantia em dinheiro significativa e a maioria das brasileiras tem um baixo poder aquisitivo. Por isso uma mulher pode se sentir frustrada por não ter uma condição financeira suficiente para bancar os tratamentos e produtos necessários para alcançar o ideal de perfeição estabelecido. E assim nos tornamos vítimas da beleza.
Todos esses sentimentos gerados pela ditadura da beleza podem ainda causar sérios problemas no âmbito pessoal e profissional. No campo amoroso, a mulher tem grande chance de se envolver em relacionamentos instáveis e infrutíferos. Por medo de perder o relacionamento e não conseguir buscar outro, muitas mulheres acabam ficando sempre em posição de submissão. Já no campo profissional, a mulher não consegue confiar em si própria e acaba criando obstáculos para os desafios que surgem. Tem medo de se arriscar por achar que não vai conseguir.
Segundo a psicóloga Andreia Mattiuci, não existem fórmulas mágicas para melhorar a autoestima. A única solução é o autoconhecimento. Podemos comparar nossas vidas a um guarda-roupa bagunçado, onde é muito difícil encontrar uma roupa limpa (qualidades), por isso é preciso ver quais roupas precisam ser lavadas, quais não servem mais (se livrar das mágoas que apenas pesam e ocupam espaço em nossas vidas) e quais estão ali novinhas sem nunca terem sido usadas (potencial). “Apesar de trabalhoso, o autoconhecimento nos permite ver as coisas com mais clareza, encontrando nossas qualidades, muitas vezes abafadas e anuladas por nos e pelos outros. O primeiro passo é querer a mudança”, afirma.
              
Existem algumas mudanças de postura que contribuem para levantar a autoestima feminina. Faça algo que você gosta; abandone a coitadinha que há dentro de você; aprenda a aceitar críticas construtivas; não afogue as mágoas comendo; faça exercícios físicos; faça terapia e seja feliz. Não devemos querer nos enquadrar em modelos já estabelecidos, pois a beleza está nos olhos de quem vê. Não é uma ciência exata como, por exemplo, a matemática, em que dois mais dois é igual a quatro e não há questionamentos. Ao contrário, o conceito de beleza é subjetivo e são as imperfeições que formam a perfeição relativa.
               

Fonte: (EN)Cena