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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

É Só Tristeza ou Será Depressão?: depressão é a segunda causa de incapacidade no trabalho. Até 2020, deve ser a primeira


Sem o diagnóstico específico, tristeza e depressão se confundem

A tristeza é uma emoção natural aos seres humanos e se manifesta normalmente diante de situações que envolvem principalmente perda, desamparo, frustração, fracasso ou rejeição. Por outro lado, a depressão tem características neuroquímicas importantes e não depende de um evento gatilho para se manifestar. Frequente em vários países, de 3% a 11% da população pode apresentar esse transtorno anualmente.
— Infelizmente, muitas pessoas não buscam tratamento para depressão por confundi-la com uma tristeza profunda. As pessoas precisam entender que depressão é uma doença que requer tratamento especializado — afirma o psicólogo clínico e doutor em neurociência e comportamento, Julio Peres.
Segundo Peres, a depressão é a segunda causa de incapacidade no trabalho e a projeção é que, até 2020, seja a primeira da lista. A causa da depressão é tida como multifatorial, isto é: converge vários fatores como o estilo de vida, o tipo de personalidade, a história pessoal e a vida, o tipo de personalidade, a história pessoal e a predisposição genética. Há quem apresente sintomas depressivos na infância ou na adolescência. Outros manifestam o problema após uma sequência de eventos traumáticos na idade adulta.

Tipos de depressão
No diagnóstico da depressão são considerados sintomas psíquicos, como tristeza, angústia, autodesvalorização, culpa, diminuição da capacidade de experimentar prazer nas atividades antes consideradas agradáveis, sensação de perda de energia, dificuldade de se concentrar ou de tomar decisões; fisiológicos, ou seja, alterações do sono, alterações do apetite, redução do interesse sexual; e evidências comportamentais, como retraimento e isolamento social, crises de choro, comportamentos suicidas, lentificação ou agitação motora expressivas.
Também há que se levar em conta se os sintomas são primários ou secundários a traumas psicológicos, doenças, uso de drogas e medicamentos. Fatores hormonais — como o funcionamento precário da tireoide ou desbalanceamento de outros hormônios — são outras variáveis que podem levar a um falso diagnóstico.

— Um episódio depressivo pode durar em média 20 semanas e a psicoterapia pode ser um dos caminhos para o tratamento. Conforme o indivíduo verbaliza suas angústias ao psicólogo, ele passa a ouvir a si mesmo de uma maneira diferenciada e a organização mental se configura — explica o especialista.
Como identificar
De acordo com Peres, o paciente pode ser considerado em depressão quando apresenta cinco ou mais dos seguintes sintomas por duas semanas (todos os dias ou quase todos os dias):
:: Interesse ou prazer acentuadamente reduzidos.
:: Humor deprimido (tristeza).
:: Perda ou ganho significativo de peso (apetite) sem estar em dieta.
:: Insônia ou hipersonia.
:: Agitação ou retardo psicomotor.
:: Fadiga ou perda de energia.
:: Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva.
:: Capacidade reduzida de pensar ou concentrar-se.
:: Pensamentos recorrentes de morte, ideação suicida.

Fonte: Jornal Zero Hora

Trabalhar em Excesso Pode Dobrar Riscos de Depressão: ficar até 11 horas no trabalho diariamente pode elevar em até 2,5 vezes os riscos para o transtorno depressivo maior

Hora extra: trabalhar 11 ou mais horas por dia pode aumentar as chances de desenvolver o transtorno depressivo maior
Hora extra: trabalhar 11 ou mais horas por dia pode aumentar as chances de desenvolver o transtorno depressivo maior.

Trabalhar 11 ou mais horas por dia pode mais do que dobrar as chances de se desenvolver depressão nervosa, que se caracteriza pela condição duradoura e de maior intensidade da tristeza. Segundo um estudo publicado no periódico PLoS ONE, pessoas que fazem excessivas horas extras rotineiramente têm até 2,52 vezes mais chances de adoecer do que aquelas que trabalhavam até oito horas por dia.
Durante o estudo, foram acompanhados por cinco anos 1.626 homens e 497 mulheres, todos servidores públicos, com idade média de 47 anos. Os pesquisadores, coordenados por Marianna Virtanen, do Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional e da Universidade College London, descobriram, então, uma associação importante entre as horas extras no trabalho e a depressão. Essa correlação não foi afetada quando a análise foi ajustada para fatores como estilo de vida, demografia e determinados hábitos, como fumo.
De acordo com os cientistas, uma série de estudos anteriores havia chegado a resultados variados. A comparação entre esses dados, no entanto, seria complicada, uma vez que o limite para o considerado hora extra não havia ainda sido padronizado. "Embora trabalhar ocasionalmente algumas horas extras possa trazer benefícios para o indivíduo e para a sociedade, é importante reconhecer que trabalhar a mais excessivamente também está associado com um aumento nos riscos de depressão", diz Virtanen.

Fonte: Revista VEJA
Disponível em:<http://veja.abril.com.br/noticia/saude/trabalhar-em-excesso-pode-dobrar-riscos-de-depressao>. Acesso em: 30 jan. 2012.

Depressão Leve Também Pode Ser Tratada Com Remédio, Diz Pesquisa: estudo feito nos Estados Unidos aponta benefícios de antidepressivos para pacientes com sintomas moderados, mas persistentes


Segundo um novo estudo desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Psiquiatria do Estado de Nova York e da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, pessoas com depressão leve, ou seja, com sintomas menos intensos da doença, também podem se beneficiar com o uso de antidepressivos. A pesquisa, divulgada nesta sexta-feira na versão online do periódico Journal of Clinical Psychiatry, se opõe a levantamentos anteriores que haviam identificado efeitos positivos desses medicamentos somente em pacientes com quadros de depressão grave.
"Atualmente existe uma concepção válida de que, se uma pessoa não tem um quadro de depressão tão grave e que não dura tanto tempo, ela pode melhorar sozinha ou somente com terapias", afirma David Hellerstein, médico da Universidade de Columbia e um dos autores do estudo. Para ele, porém, a decisão dos profissionais de receitar ou não antidepressivos não deve se basear necessariamente no grau do problema, mas sim na persistência dos sintomas.
"Pacientes que conseguem melhorar, após algumas semanas, com mudança na dieta ou praticando atividades físicas não precisam dos medicamentos", disse o médico à agência Reuters. "Porém aqueles com depressão mais persistente devem ser avaliados e os antidepressivos podem ser uma boa opção, mesmo para sintomas moderados da doença."
Foram coletados dados de seis estudos diferentes feitos no próprio Instituto de Psiquiatria do Estado de Nova York entre os anos de 1985 e 2000. Ao todo, essas pesquisas analisaram as características de 825 pessoas com depressão moderada e duradoura. Em metade dos casos, os pacientes que tomaram antidepressivos apresentaram uma melhora mais acentuada nos sintomas depressivos do que aqueles que receberam placebo.
"Esse resultado é suficiente para os profissionais cogitarem recomendar esse tratamento", afirma o estudo. Porém, os pesquisadores ressaltam que isso não significa que todas as pessoas com depressão leve devam receber antidepressivos, já que pacientes com esse problema costumam responder bem a psicoterapias. Além disso, os medicamentos podem apresentar efeitos colaterais para o organismo.
 
Fonte: Revista VEJA

Disponível em:<http://veja.abril.com.br/noticia/saude/antidepressivos-tambem-podem-beneficiar-pessoas-com-depressao-leve>. Acesso em: 30 jan. 2012.

Museu de Nova York Usa Metrô Para Estimular Crianças Autistas: programa favorece o exercício da linguagem e comunicação

Sem grande importância para a maioria das pessoas, o funcionamento de ônibus e trens do metrô é fascinante para muitas crianças com autismo. O transtorno é caracterizado principalmente pelo comprometimento do desenvolvimento sociocognitivo e da capacidade de estabelecer vínculos. Autistas têm o pensamento marcado pela concretude e sentem-se confortáveis com atividades repetitivas. Por isso, motores, engrenagens e a previsibilidade do transporte público, com paradas e horários fixos, costumam atrair sua atenção.
Não por acaso, o público mais fiel do Museu do Trânsito de Nova York é formado por autistas com menos de 10 anos de idade, alvo do programa Subway Sleuths (detetives do metrô), criado pela direção da instituição. Os pais são estimulados a levar os pequenos ao museu depois da escola. Durante a visita, as crianças são incentivadas a falar sobre o sistema metroviário da cidade e assim exercitam a linguagem e a comunicação com outras pessoas. Segundo o jornal The New York Times, algumas delas sabem com precisão datas em que os trens, por algum motivo, deixaram de operar e várias combinações possíveis de linhas para chegar a determinado destino.
 
Fonte: Revista Mente e Cérebro

Disponível em:<http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/museu_de_nova_york_usa_metro_para_estimular_criancas_autistas.html>. Acesso em: 27 jan. 2012

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Brasil Luta Pela Proteção de Acervos: em conferência internacional da Unesco, país apresentou proposta pioneira de política internacional para guardar coleções museológicas

Existem 55 mil museus no mundo, sendo 8 mil em locais considerados patrimônios mundiais pela Unesco. Nem por isso, esses acervos são objeto de uma política internacional específica de proteção, e muitos deles estão vulneráveis a desastres naturais, furtos, roubos, vandalismo e má conservação. Para reverter essa situação, o Brasil está encabeçando uma campanha para criar políticas públicas específicas para a área museológica.
Na última reunião da Comissão de Cultura da 36a Conferência Geral da Unesco, realizada em Paris, o tema ganhou mais força. A proposta, elaborada e defendida pelo presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), José do Nascimento Junior, foi apresentada pelo governo brasileiro e recebeu apoio de 30 países.
“Assim como evoluem as táticas criminosas, é necessário que a coordenação dos países para o combate ao tráfico de bens culturais avance e enfrente situações complexas”, defende o documento. Segundo Nascimento, as convenções internacionais existentes sobre o tema têm dois problemas: são antigas – a mais recente data de 1970 – e não tratam especificamente dos acervos de museus. Este ano, o Brasil sediará um encontro internacional para discutir o tema.

Fonte: Revista História Viva

Disponível em: <http://www2.uol.com.br/historiaviva/noticias/politica_mundial_protecao_acervos.html>. Acesso em: 26 jan. 2012.

90% Apoiam Internação Involuntária de Viciados

É quase uma unanimidade: 9 em cada 10 brasileiros acham que os viciados em crack devem ser internados para tratamento mesmo que não queiram. É o que mostra pesquisa nacional do Datafolha feita na semana passada.
Questionados se um adulto dependente de crack deveria ser internado para tratar seu vício mesmo contra a vontade, 90% dos entrevistados disseram que sim.
A concordância é praticamente a mesma entre homens e mulheres e em todas as faixas etárias. Cai um pouco entre os moradores do Sul (86%), os que têm ensino superior (84%) ou renda acima de dez mínimos (79%).
A chamada internação involuntária (feita à revelia do paciente/viciado) é prevista na lei 10.216, de 2001, que trata de doentes mentais.
Ela exige a recomendação de um médico e que seja comunicado o Ministério Público em até 72 horas, para que se evitem abusos.
O tema voltou a criar polêmica com o lançamento, em dezembro, do plano federal de combate ao crack e com a ação da PM na cracolândia, iniciada no dia 3 pelo governo do Estado de São Paulo.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, defendeu a internação involuntária dos craqueiros. Ganhou o apoio de alguns psiquiatras e o repúdio de psicólogos.
O psiquiatra Marcelo Ribeiro, professor na Unifesp e um dos organizadores do livro "O Tratamento do Usuário do Crack", diz que a internação involuntária deve ser considerada para os que estão numa fase aguda do vício, quando o drogado perde a capacidade de escolher se deixa ou não o consumo do crack, e é o primeiro passo para que o viciado recupere a condição de analisar a própria vida.
"[A medida] Deve durar de duas a quatro semanas. Aí ela recebe alta e é encaminhada para um tratamento de longa duração, que será conduzido se o viciado concordar."
Já o Conselho Federal de Psicologia é contra.
O presidente do órgão, Humberto Verona, diz que a internação involuntária não pode ser vista como sinônimo de tratamento.
"O que querem fazer é apenas uma limpeza das ruas. Essas internações são, muitas vezes, pura privação da liberdade ou uma forma de aplacar a culpa das famílias dos viciados", afirma.
Para Verona, a maioria da população apoia a medida por ter a ilusão de que, feita a internação, o problema do drogado está resolvido.
DIREITOS
Outro argumento dos que discordam da internação sem o consentimento dos doentes é que os direitos deles estariam sendo violados.
Cid Vieira de Souza Filho, da Comissão de Estudos sobre Educação e Prevenção de Drogas e Afins da OAB-SP rebate. Para ele, o que se vê nas cracolândias são pessoas que atentam contra a própria vida e a dos outros.
"Nesses casos, o Estado deve agir de forma enérgica para garantir a vida."
Apesar de divergências, todos concordam num ponto: a adesão voluntária a um tratamento de longo prazo é essencial para que o viciado ao menos retome uma vida familiar e profissional.
O Datafolha ouviu 2.575 pessoas em 159 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Datafolha revela ampla aprovação ao tratamento forçado de usuários de crack



Fonte: Folha de São Paulo

Disponível em:<http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1039159-90-apoiam-internacao-involuntaria-de-viciados.shtml>. Acesso em: 26

Ministério da Saúde Distribui Carta de Consulta a Pacientes Sobre Atendimento do SUS

O Ministério da Saúde iniciou hoje (25) a distribuição da Carta SUS aos estados, que vai permitir ao governo saber a satisfação do usuário com o atendimento na rede pública de saúde do país.

Anunciada em novembro passado pela pasta, cerca de 1 milhão de correspondências serão enviadas, por mês, a casa de pacientes que foram internados em hospitais públicos. Em Curitiba, no Paraná, onde todas as cartas serão impressas, a entrega já começou. Em outros estados, a previsão é que tenha início a partir de amanhã (26), de acordo com o ministério.

O usuário poderá opinar sobre a instalação do hospital, o atendimento prestado pelos médicos e enfermeiros e se recomendaria o hospital a um amigo ou parente. Os critérios de avaliação são: muito bom, bom, regular, ruim a muito ruim. O questionário pode ser respondido pelo paciente ou algum membro da família.

A carta deve ser enviada pelos Correios sem nenhum custo, pois o selo já vem pago.

Com as respostas dos usuários, o ministério quer identificar como está o atendimento nas unidades de saúde e também denúncias de abuso ou desvio de dinheiro público. A satisfação do paciente é um dos requisitos para a concessão de verba extra para prefeituras, estados e o Distrito Federal.

 Fonte: 24 Horas News

Disponível em:<http://www.24horasnews.com.br/index.php?mat=401435>. Acesso em: 26 jan. 2012.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Médicos Debatem Mudança no Diagnóstico de Autismo

Mudanças propostas na definição de autismo podem reduzir drasticamente a taxa em que o transtorno é diagnosticado hoje e tornar mais difícil para muitas pessoas a obtenção de serviços de saúde e educação, sugere uma nova análise. A nova definição do autismo está sendo avaliada por especialistas da Associação Americana de Psiquiatria, que estão concluindo a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), a primeira grande revisão em 17 anos.
O DSM é a referência padrão para condução de tratamento de transtornos mentais, pesquisa e decisões de seguradoras de saúde. A maioria dos especialistas espera que o novo manual restrinja os critérios para o autismo. A questão é o tamanho da restrição.
Muitos especialistas têm argumentado que a imprecisão dos critérios atuais para o autismo e as doenças relacionadas estava contribuindo para o aumento da taxa de diagnósticos.
Pelo menos 1 milhão de crianças e adultos têm diagnóstico de autismo ou distúrbio relacionado, como síndrome de Asperger ou transtorno invasivo do desenvolvimento (PDD-NOS).
A proposta iria consolidar os três diagnósticos sob uma única categoria: "transtorno do espectro do autismo". A revisão será concluída em dezembro, segundo David J. Kupfer, presidente da força-tarefa que revisa o diagnóstico. Ele afirma que as mudanças são uma tentativa de esclarecer as variações do transtorno e colocá-las sob a mesma classificação. As mudanças provavelmente excluem do diagnóstico pessoas consideradas mais funcionais.
Especialistas discordam sobre o impacto das mudanças. "Elas restringiriam tanto o diagnóstico que poderiam efetivamente acabar com a 'onda' do autismo", diz Fred Volkmar, diretor do Centro de Estudos da Criança de Yale e autor da proposta. "Nosso medo é termos, com isso, um grande retrocesso", disse Lori Shery, presidente da Rede de Educação Síndrome de Asperger. "Se os médicos dizem: 'Essas crianças não se encaixam nos critérios para o diagnóstico do espectro do autismo', elas não terão o apoio e os serviços de que necessitam."
Mark Roithmayr, presidente da entidade Autism Speaks, diz que o efeito que a mudança teria sobre os serviços sociais não está claro. "Precisaremos acompanhar o impacto sobre o acesso aos serviços e garantir que não serão negados a quem precise."
Na nova análise, Volkmar usou dados de um grande estudo de 1993 que serviu de base para os critérios atuais. Ele se concentrou em 372 crianças e adultos que estavam entre o mais alto nível de funcionalidade mental e descobriu que só 45% deles seriam diagnosticados no novo espectro do autismo. O foco nesse grupo pode ter elevado essa porcentagem, os autores reconhecem.
Cerca de um quarto daqueles identificados com autismo clássico em 1993 não o seriam com base nos critérios propostos; cerca de três quartos das pessoas com síndrome de Asperger não se qualificariam; e 85% daqueles com PDD-NOS também não.
"Estou muito preocupada com as mudanças porque não sei se minha filha ainda se qualificaria", diz Mary Meyer, de Nova Jersey, nos EUA.
O diagnóstico de Asperger foi essencial para que Susan, 37, tivesse acesso a serviços que ajudaram em seu desenvolvimento. Mary espera conseguir uma vaga para a filha em uma moradia assistida, o que dependerá de seu diagnóstico.
 
Fonte: 24 Horas News

Disponível em:<http://www.24horasnews.com.br/index.php?tipo=ler&mat=401054>. Acesso em: 25 jan. 2012

Depressão Aumenta Sintomas de Inflamação no Organismo. Diz Estudo

Cada vez mais as pesquisas na área de saúde mental indicam que há uma relação próxima entre marcadores ligados à inflamação no corpo e o transtorno depressivo. Mas a grande questão ainda é: a depressão é que causa esse processo inflamatório ou o inverso?

Para responder a essa questão um novo estudo publicado no periódico Biological Psychiatry, liderado por Willian Copeland, pesquisador da Universidade de Duke, nos EUA, colheu dados de mais de 1,4 mil adolescentes e jovens adultos, acompanhados desde a infância para sintomas de depressão. Além disso, exames de sangue foram feitos para avaliar os níveis de proteínas C-reativas (CRP), marcadores já bastante conhecidos para inflamações.

O que se observou foi que os níveis de CRP não previam episódios de depressão, entretanto indivíduos durante crises depressivas tinham associados um maior nível de CRP.

“Nossos resultados dão corpo à hipótese de que, ao menos na depressão durante a fase infanto-juvenil, os sintomas de inflamações generalizadas no organismo se elevam, mesmo que não haja nenhum problema de saúde conhecido. Ao contrário, nada indica que os níveis de CRP aumentam os riscos de depressão”, afirma Copeland.

Quanto piores os episódios depressivos, indica a pesquisa, maiores os níveis de indicadores de inflamação. E são esses episódios de aumento de CRP durante as crises de depressão que vão levar a uma outra situação já observada em outras pesquisas, a de que o transtorno depressivo aumenta os riscos para os problemas cardiovasculares e a diabetes.

“A depressão sem tratamento contribui para o surgimento de outras condições de saúde muito sérias. Nossos resultados corroboram a teoria cada vez mais aceita de que os sintomas da depressão são um sinal claro que um determinado indivíduo precisa de muita atenção por parte dos médicos que o acompanham”, apontam os pesquisadores.

Fonte: 24 Horas News

Disponível em:<http://www.24horasnews.com.br/index.php?mat=401171>. Acesso em: 25 jan. 2012

CAPS Desestruturou Alta Complexidade na Saúde Mental: a Reforma Psiquiátrica brasileira, que completou 10 anos em 2011, foi importante para o país, pois instituiu a psiquiatria comunitária, ou seja, o atendimento do indivíduo dentro de sua comunidade, a começar pelo atendimento primário nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).

As mudanças, formalizadas em 2001 por meio da lei nº 10.216, colaboraram para a prevenção do agravamento de muitos distúrbios mentais, ao promover a discussão sobre a humanização do tratamento de distúrbios mentais, ancorada na luta antimanicomial. Contudo, o sistema precisa melhorar o acesso ao atendimento de fases agudas e críticas, o que deve ser feito em hospitais psiquiátricos, e não nos CAPS (Centros de Atenção Psicossocial). Essa é a avaliação do psiquiatra Mauro Aranha, presidente do Conselho Estadual de Políticas sobre Drogas (CONED-SP).
Em entrevista à Agência Dinheiro Vivo, Mauro disse que o CAPS foi idealizado para servir como uma referência de saúde mental, em todas as dimensões do tratamento envolvendo transtornos mentais persistentes, mas os centros ainda não tem condições de prestar atendimento integral à saúde mental de pessoas com problemas mais graves. “Nessa questão, a reforma desestruturou o pouco que havia de atendimento de alta complexidade em saúde mental”, argumentou o médico, que coordenou, entre 2008 e 2010, uma pesquisa que avaliou 85 CAPS do Estado de São Paulo, cerca de 40% da rede instalada.
“A vocação do CAPS, desde sua implantação, é de reabilitação psicossocial. Não é de atendimento em fases mais agudas da doença”. De acordo com Mauro, que também exerce a função de vice-presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP), o CAPS pode funcionar bem na reabilitação dos pacientes que, de maneira geral, saíram fase aguda da doença. “Quando pensamos em fase aguda e surto psicótico, temos que pensar em equipamentos de saúde mais aparelhados para isso, em termos não só de recursos físicos, como humanos. Idealmente, deveriamos internar esses casos mais agudos em unidades psiquiátricas de hospitais gerais, ou em clínicas psiquiátricas não manicomiais”.
Mauro conta que a reforma era uma reação à psiquiatria tradicional, mas foi uma reação mal equilibrada, porque desativou alguns equipamentos de saúde mental que funcionavam bem e que não eram manicomiais. Como exemplo, cita os ambulatórios de saúde mental; os hospitais-dia; e os leitos psiquiátricos em clínicas não-manicomiais. “A reforma chegou para arrasar, e arrasou tudo isso que era legítimo e funcionava bem. Aí o CAPS ficou como referência única de saúde.

A doença mental tem várias etapas e várias fases, e cada fase tem um equipamento preferencial. A saúde mental não precisa de grande tecnologia, apenas de alguns recursos básicos e recursos humanos especializados. Por exemplo, alguém que está numa síndrome de abstinência aguda do crack, ou alguém com surto psicótico importante - quando há doenças físicas concomitantes à doença mental - preciso ter a proximidade de um hospital geral, para ter suporte químico para o tratamento da doença. E os CAPS não tem essa vocação e nem recursos humanos para isso, aponta o psiquiatra.
Questionado sobre se o problema da centralização do tratamento nos CAPS é um problema de falta de recursos, Mauro explicou que, em 2010, o governo federal destinou 2,5% da verba da saúde para a política de saúde mental, o que representou aumento em relação aos anos anteriores. “O problema não é número absoluto de recursos, mas sim de distribuí-los sem equidade, privilegiando apenas um equipamento. Centralizou-se ainda mais o que se queria descentralizar, o que se torna um paradoxo”.
Os CAPS são privilegiados em relação aos recursos federais, em comparação com os leitos psiquiatricos em hospitais. E este privilégio está até na forma de pagamento: o CAPS ganha por diária, e não por número de leitos. “Na verdade, o CAPS deveria ser só uma das etapas do tratamento, destinada à reabilitação social. No caso de problemas mais complexos, que exigem tratamento mais especializado, o paciente tem que ser encaminhado para um ambulatório de saúde mental”.
Sobre o funcionamento dos centros de atenção, o representante do CONED-SP disse que 30% dos CAPS não apresentam bom funcionamento e boa ligação entre paciente e família e entre paciente e recursos da comunidade. Os CAPS são de responsabilidade da gestão municipal.
“Precisamos fazer não só essa ligação com os recursos da comunidade, mas também criar mais esses recursos, como centros de convivência para pessoas com transtorno mental. A função de um centro de convivência é trazer pessoas que tem aquele mesmo tipo de problema para uma convivência comum, com o auxílio de recreadores e profissionais que possam complementar a atividade de relacionamento entre eles, como um clube, onde são capacitados em termos de atividades produtivas e artísticas. E este é um acolhimento específico da assistência social. Essa é a complexidade da doença mental, porque não é só a medicina que deve estar dentro disso”.
A Secretaria de Assistência Social da Prefeitura de São Paulo mantém os Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e os Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), que tentam preencher essa vácuo nos espaços de convivência, servindo como porta de entrada para moradores de rua. Contudo, pela complexidade dos perfis de pessoas que aparecem por lá, os assistentes sociais encontram dificuldades para fazer o encaminhamento adequado daqueles que apresentam transtornos mentais. Isso é agravado com a ainda fraca integração entre os CAPS e os serviços de assistência social. No dia em que a reportagem visitou uma das unidades do CREAS, na Barra Funda, os frequentadores estavam assistindo à televisão.
Mauro sugere que o governo peça ajuda à Associação Brasileira de Psiquiatria, para incrementar a técnica de atendimento. “Por exemplo, sabemos que nos CAPS existe um baixo índice de uso de uma droga chamada Clozapina, considerada o melhor neuroléptico não só para tratar fases agudas das doenças, como para evitar novos surtos, melhorando a sociabilidade do paciente. Essa droga é muito importante para casos graves, e sabemos que o CAPS utiliza muito pouco, pelo fato de que lá deve-se fazer o controle semana de hemograma, e essa droga acaba mascarando um pouco os resultados do exame”.
Outro problema diz respeito à correta indicação e aplicação da convulsoterapia, conhecida, no senso comum, como terapia de choque elétrico, e que por muito tempo continuará sendo um tratamento necessário para a psiquiatria. Hoje o procedimento é mais capacitado, realizado mediante anestesia e indicado para poucos casos. Mesmo assim, é importante que todas as pessoas que trabalham no SUS tivessem esse conhecimento, portanto é preciso melhor capacitação e regulamentação de todas as intervenções na saúde mental. Modelos alternativos, como o do AA e de grupos de ajuda mútua, também são indicados por alguns psiquiatras. Mas eles não estão consolidados dentro do CAPS, que ainda apresenta bastante rejeição”, concluiu Mauro.
Sobre a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo gasta anualmente R$ 33 milhões para atendimento a dependentes químicos no Estado. Nos últimos quatro anos foram criados no estado cerca de 400 leitos, com financiamento estadual, uma vez que a atual política de saúde mental do Ministério da Saúde não previa, até agora, internação dos pacientes com dependência em álcool e drogas em enfermarias especializadas. Nos próximos dois anos a Secretaria pretende dobrar o número de leitos exclusivo para tratamento dos dependentes, com novos serviços na capital, Botucatu, Ribeirão Preto e Itapira, entre outras localidades. O investimento para a implantação dos novos leitos será de aproximadamente R$ 200 milhões.
Além disso, o Cratod (Centro de Referência em Álcool, Tabaco e outras Drogas), serviço da Secretaria na capital, capacita os profissionais de saúde dos municípios para implantação dos CAPS AD (Álcool e Drogas). Seguindo as diretrizes do SUS, a implantação dos CAPS AD, bem como a operacionalização desses serviços, é de competência municipal. O credenciamento dos serviços é feito pelo Ministério da Saúde.
Mauro sugere que o governo peça ajuda à Associação Brasileira de Psiquiatria, para incrementar a técnica de atendimento.

Fonte: Associação Brasileira de Psiquiatria

Disponível em:<http://abp.org.br/2011/medicos/imprensa/clipping-2>. Acesso em: 24 jan. 2012.

Estresse de Gente Grande

Antigamente, as crianças ficavam em casa, quando seus pais saíam, por vários motivos, dentre eles: existiam pessoas, familiares e babás, disponíveis para cuidar delas; acreditava-se, também, que as crianças ficavam mais tranquilas no ambiente familiar, não valendo a pena a vivência do estresse do enfrentar situações novas e, ainda, não se esperava encontrar crianças em ambiente sociais, na época reservados a adultos, como restaurantes e teatros.
Crianças viajavam menos e, quando viajavam, eram para casas de avós, tios, casas de férias. As viagens, para lugares mais distantes ou para o exterior aconteciam quando já tinham mais idade.
Hoje, pode-se afirmar que o lugar no qual as crianças, em geral, menos ficam é nas suas casas. Com a agenda cheia de atividades extraescolares, onde cabem aulas de línguas, de esportes, atividades culturais e sociais, a criança só fica em casa no fim de semana, isso se não viaja sistematicamente com a família para casa de praia, de campo ou para casa dos amigos, tios e avós. Nas férias e feriados prolongados, a criança se torna uma viajante a explorar mundos para ela desconhecidos.
Viver a vida dessa maneira traz para a criança, desde a idade muito precoce, estímulos de ordens variadas, que a enriquecem muito, mas, sem dúvida, a estressam. Tal nível de estresse já passou a ser computado como normal à vida dos nossos tempos.

Vivemos em uma cultura-mundo, para usar a expressão do filósofo francês Gilles Lipovetsky. A cultura que caracteriza a nossa época não é mais um conjunto das normas sociais herdadas do passado e da tradição, mas é uma cultura globalizada, hipertecnológica, consumista ao extremo e que se renova a cada momento.
Estamos, nós e nossos filhos, rumo a um planeta homogeneizado. As distâncias se tornaram pequenas, os meios de comunicação extremamente rápidos e as fronteiras entre mundo real e virtual estão se desvanecendo.

Existimos em um mundo que se reconfigura a cada instante e, possivelmente, estamos frente a uma civilização por vir, nova e talvez maravilhosa, que será a dos nossos filhos.
Assim, filhos acompanham seus pais na grande maioria das atividades sociais, são apresentados ao mundo e aprendem in loco como se apresentar. Aprendem com a vivência das situações e essa é uma forma absolutamente instrutiva de absorver conhecimento e aprendizado social.

Restaurantes temáticos para crianças, restaurantes com cardápios para os pequenos, resorts com pacotes para todas as idades proliferam no nosso mundo atual, atraindo as famílias. É o mundo do “bebê-cidadão”, do reino da criança.

Mas, apesar de todos os estímulos que podem enriquecer as crianças fora de suas casas, alguns limites precisam ser estabelecidos, para o bem de todos. Alguns limites estão ligados diretamente com a vida social e outros com a qualidade de vida da criança.

Quanto aos limites impostos pelo social, as famílias que têm filhos devem ter a consciência de que existem casais e pessoas que não têm crianças e que não precisam ficar submetidas aos comportamentos, por vezes, inadequados dos filhos dos outros, em lugares que não são tão apropriados para crianças.

Limites

Exemplo emblemático de situação inadequada que pode ser lembrado é a presença de crianças pequenas, ou até mesmo mal-educadas, gritando, chorando, correndo entre as mesas em restaurantes típicos para adultos. Mesmo nos nossos tempos, na nossa cultura globalizada, na nossa sociedade mais permissiva, onde lugar de criança não é em casa, o respeito e a consideração ao outro continuam valendo.
Os limites do espaço pessoal e os direitos dos outros são aprendizados que as crianças precisam adquirir com seus pais. É um aspecto precioso da educação.

Sabe-se que o tempo que a criança aguenta permanecer sentada, quieta em uma cadeira de restaurante é pequeno. Dessa constatação, proliferaram os DSs – Distractor systems – jogos e atividades que distraem as crianças, que vemos muito usados em restaurantes e lugares desse tipo.
Porém, mesmo com os distratores, as crianças se sentem melhor em ambientes adequados à sua idade. O desejo dos pais de experimentarem determinados lugares ou comidas não justifica expor seus filhos a situações nas quais eles não são vistos com bons olhos por perturbarem os outros.

O outro tipo de limite que deve ser estabelecido pelos pais está diretamente ligado à qualidade de vida da criança. Bebês e crianças precisam de algumas rotinas, para terem garantidas a estabilidade e a segurança. Necessitam também de alimentação apropriada e de horas adequadas de sono para terem saúde.
Faz-se necessário assim que os pais controlem a agenda de seus filhos, avaliando a intensidade de estresse que suas crianças possam administrar, sem danos à vida mental.

O fato é que, ao contrário do que muitos observadores menos atentos imaginam, as crianças hoje saem mais de casa do que as de gerações anteriores. O mundo contemporâneo estimula as crianças a uma série de atividades fora do lar, proporcionando a elas estímulos específicos para suas idades e com isso, favorecendo o desfrutar de outros habitats, jogando, brincando, dançando, comendo, consumindo e dessa forma aprendendo.
Porém, cabe aos pais lembrar sempre dos limites, para ensinarem aos filhos o saber viver nesse mundo hiperinterativo, que dá espaço para a criança-cidadã. Uol

Fonte: Jornal Tribuna da Bahia

Disponível em:<http://www.tribunadabahia.com.br/news.php?idAtual=104133>. Acesso em: 24 jan. 2012.

Nascida na Bahia, Primeira Revista Brasileira Faz 200 Anos

Uma das mídias de massa mais populares do Brasil completa neste mês 200 anos de existência. E os baianos podem se orgulhar do feito. Em 1812, nascia na Bahia, a revista “As Variedades ou Ensaios de Literatura”, fundada pelo português Manoel Antônio da Silva Serva, considerada a primeira revista brasileira. Para comemorar a data, diversos pesquisadores, historiadores e jornalistas se reuniram  na Biblioteca Pública dos Barris.
Estiveram presentes no evento, o jornalista Luis Guilherme Tavares, do Núcleo de Estudos da História dos Impressos da Bahia (Nehib), Walter Pinheiro, presidente da ABI (Associação Baiana de Imprensa) e diretor da Tribuna, a historiadora Cybelle de Ipanema, Ubiratã Castro, diretor da Fundação Pedro Calmon, e o tetraneto do fundador da revista, Leão Serva.

A revista, que teve apenas três edições, era editada por um detento chamado Diogo Soares da Silva de Bivar, de 24 anos. Preso político que aportou na Bahia para cumprir pena no Forte de São Pedro, Bivar redigia As Variedades de dentro de sua cela. O primeiro número tinha 30 páginas de conteúdo e quatro de referências, incluindo a capa. O segundo, lançado dois meses depois, continha 66 páginas.
Segundo o jornalista Luis Guilherme Tavares, a revista abordava temas como crônica de viagens, anedotas, filosofia grega e ensaios filosóficos.

A baixa circulação, cerca de 60 exemplares, e a falta de leitores em uma Bahia que registrava índice de analfabetismo superior a 90% acabaram por levar ao fechamento da publicação no mesmo ano do seu nascimento. Entretanto, a morte prematura não atrapalhou a disseminação da ideia e o desenvolvimento do mercado revisteiro no Brasil.

Para a historiadora Cybelle de Ipanema, apesar da revista não ter durado muito, o fundador português Manoel Antônio da Silva Serva foi um grande empreendedor e pioneiro ao inaugurar uma tipografia particular no Brasil. “Ele foi idealizador do primeiro jornal e também da primeira revista do Brasil.
A Bahia e o Brasil ganharam muito culturalmente com isso. Na época, ele montou uma escola gráfica que ensinava os jovens a usar a tipografia. É importante realizarmos esse evento para sempre lembrarmos desses acontecimentos que fazem parte da história do nosso país”, relatou Cybelle.

Jornalista e tetraneto do fundador de As Variedades, Leão Serva disse que se sente orgulhoso por ser parente de uma das importantes figuras da história da imprensa baiana e brasileira.
“Se eu pudesse, agradeceria a ele por tudo que fez pela imprensa brasileira. Acredito que minha família tenha o DNA do jornalismo. O jornalismo sempre esteve presente em minha vida. Porém, o mais importante é que a história precisa ser preservada, para que possamos ter um futuro melhor em nosso país.”, ressaltou Serva.

Fonte: Jornal Tribuna da Bahia

Disponível em:<http://www.tribunadabahia.com.br/news.php?idAtual=104125>. Acesso em: 24 jan. 2012.

Cobrança de Caução em Hospitais é Ilegal

Todos os hospitais e clínicas particulares de Salvador cobram caução para realizar atendimento médico. Embora ilegal, esta prática é a forma que essas unidades de saúde dispõem para garantir o pagamento dos gastos efetuados durante o atendimento particular, justificam os diretores de hospitais e clínicas.
No entanto, a Resolução 44/03 da Agência Nacional de Saúde (ANS) proíbe a cobrança de caução na prestação de serviços pelos hospitais e clínicas credenciadas pelas operadoras de saúde.
Mas, todos os dias se tem registro de atendimento negado, seja porque o hospital não atende ao plano de saúde da vítima, ou porque o doente está sem o cheque para providenciar a caução. Esta situação, embora se repita todos os dias, voltou a ficar em xeque devido a morte de Duvanier Paiva, secretário do Ministério de Planejamento, que morreu, na capital da República por falta de atendimento médico, simplesmente porque, no momento, não estava com  o talão de cheques.

Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos (Sindmed), Francisco Magalhães, infelizmente, esta é uma norma mantida pelos hospitais e clínicas. O médico não tem nada a ver com isso. “Negar atendimento médico é um absurdo! Mas isso acontece sempre, quase todos os dias”, comentou.
O que está acontecendo é que muitos planos de saúde, como é o caso do Geap – Fundação de Seguridade Social – estão cometendo várias infrações e dando “calote” em todo mundo. Resultado: quem sofre é o usuário do plano, que paga em dia e não consegue atendimento quando precisa. A medicina privada não está preocupada com o princípio natural básico dos direitos humanos e, simplesmente, nega o atendimento, comentou Magalhães.

Ilegal  – A recusa no atendimento é vedada pelo Código de Defesa do Consumidor e pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). De acordo com o CDC, o prestador de serviço não pode exigir “vantagem manifestamente excessiva” do paciente. Já a ANS proíbe a cobrança de qualquer garantia adicional ao plano de saúde, como explica a advogada Ana Maria Chaves, especialista em Defesa do Consumidor.

Se a pessoa tem um plano de saúde, ainda que não seja aceito pelo hospital a que se dirigiu, a pessoa tem que ser atendido e, depois deve procurar buscar com o seu convênio a reparação do tratamento, explicou a advogada Em caso extremo, diante do risco de morte, o ressarcimento pode ser feito até mesmo pelo SUS (Sistema Único de Saúde).Não podemos culpar os atendentes. Eles apenas cumprem ordens. E isto é terrível para a população que busca atendimento nos hospitais, comentou.

Fonte: Jornal Tribuna da Bahia

Disponível em: <http://www.tribunadabahia.com.br/news.php?idAtual=104127>.

Álcool na Gravidez e as Consequências Para o Bebê: além de dificultar a percepção de dor, prejudica o desempenho cognitivo da criança

Um estudo da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, mostra que bebês cujas mães ingeriram álcool quando estavam grávidas demoram mais para reagir à dor. O autor do experimento, o neuropediatra Tim Oberlander, furou levemente com uma agulha o calcanhar dos 28 recém-nascidos antes de medir sua frequência cardíaca.
Em seguida, perguntou às mães se haviam ingerido álcool ao longo da gestação. “A frequência cardíaca aumentou mais entre os filhos de mulheres abstinentes. Isso quer dizer que perceberam e reagiram ao estímulo mais rapidamente”, explica Oberlander. Segundo o neuropediatra, experimentos anteriores comprovaram que crianças de mães que beberam durante a gravidez são menos atentas e têm pior desempenho em testes cognitivos. Mas as conseqüências no longo prazo, principalmente sobre o desenvolvimento psicológico, ainda precisam ser esclarecidas.

Fonte: Revista Mente e Cérebro

Disponível em:<http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/alcool_na_gravidez_e_as_consequencias_para_o_bebe.html>. Acesso em: 24 jan. 2012

A Chance de Acertar: a hesitação dos mais velhos rouba alguns segundos, mas permite que erros caiam pela metade comparados aos dos jovens

Muitos ainda acreditam que atividades de precisão, como informática, e idosos não combinam, pois os mais velhos seriam confusos e propensos a se enganar. Resultados de pesquisas, porém, mostram que essa impressão pode ser preconceituosa: na prática, eles tendem a errar menos. É nisso que acredita o neurocientista Michael Falkenstein, do Instituto de Fisiologia do Trabalho da Universidade de Dortmund, na Alemanha. O pesquisador – que coordena estudos sobre as capacidades cognitivas de idosos e, em especial, de que maneira eles lidam com ambientes modernos de trabalho, em geral informatizados – percebeu que quando os voluntários de suas investigações cometem algum equívoco ao realizar tarefas simples no computador, seu cérebro emite uma “onda de erro” mais plana que a verificada em jovens.
Segundo Falkenstein, isso não significaria que a reação ao engano cometido é menor e sim que essas pessoas “ganham” alguns segundos antes de passar à próxima tarefa. Parece pouco, mas essa hesitação é o suficiente para detectar eventuais enganos e corrigi-los. O que, em princípio, parece uma desvantagem é bom, no final das contas: “Por essa razão, os mais velhos cometem apenas a metade dos erros dos mais jovens”, ressalta o pesquisador.
Essa lentidão produtiva revelou-se bastante nítida no cumprimento de uma tarefa proposta com o intuito deliberado de irritar os participantes. Eles deveriam clicar numa seta que apontava para determinada direção, tão logo ela aparecesse numa tela de computador. Pouco antes de sua aparição, porém, o programa esparramava diversas outras setas pelo monitor, apontando para todas as direções. Por causa dessa confusão, o tempo de reação dos jovens e dos idosos alongou-se consideravelmente e os mais novos cometeram maior número de erros.
No que diz respeito à compreensão e ao processamento da linguagem verbal, os mais velhos tampouco se saem pior. Nessa área, contudo, seu cérebro faz uso diverso dos próprios recursos. Foi o que descobriram neurologistas do Centro de Neurologia Cognitiva e da Doença de Alzheimer da Universidade Northwestern de Chicago, que testaram 50 pessoas com idade entre 23 e 78 anos. Deitados num tomógrafo de ressonância nuclear magnética, os voluntários foram solicitados a, partindo de duas listas, extrair pares de palavras aparentadas, semelhantes no significado ou na ortografia. Desta vez, os mais velhos se mostraram tão capazes quanto os jovens. E isso a despeito de regiões cerebrais tais como os lobos frontal e temporal esquerdo, e da menor atividade de determinados centros visuais responsáveis pelo reconhecimento e interpretação da linguagem. Em compensação, seu cérebro revelou atividade mais intensa em regiões responsáveis pela atenção, como o córtex cingulado posterior. “O cérebro não é, portanto, um órgão estático; de acordo com a idade ele desempenha as mesmas tarefas de forma diferente”, enfatiza o pesquisador Darten Gitelman, responsável pelo estudo.
Experimentos com animais comprovam a espantosa flexibilidade do cérebro. Células neurais em perfeito estado são capazes de assumir as funções de neurônios vizinhos, inutilizados em consequência de acidente ou derrame. Ademais, novas sinapses podem se formar. O cérebro, portanto, se mantém e se conserta sozinho, logrando assim preservar o próprio desempenho – ou mesmo incrementá-lo: quem aprende algo novo estimula sua rede neuronal a formar novas conexões e, ao fazê-lo, retarda o processo de envelhecimento.

Fonte: Revista Mente e Cérebro

Disponível em:<http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/a_chance_de_acertar.html>. Acesso em: 24 jan. 2012.

Quando o Cansaço Vira Doença: a ciência investiga as origens e os tratamentos para a síndrome da fadiga crônica, doença caracterizada por extrema exaustão

Cansaço profundo, dificuldade para se concentrar e uma grande falta de disposição para cumprir a agenda do dia. Essas sensações estão cada vez mais comuns. Há um grupo de indivíduos, porém, que não consegue eliminar os sintomas do cansaço jamais. Para eles, a falta de energia e o surgimento de novos sintomas, como dores nas articulações e de garganta, formam um quadro de saúde grave a ponto de impedi-los até de levantar da cama pela manhã. Com o passar do tempo, o impacto dessa condição na qualidade de vida é muito forte: eles deixam de trabalhar, de sair, perdem amigos, casamentos acabam. Essa soma de sintomas é conhecida por Síndrome da Fadiga Crônica.
Diversos estudos estão em andamento para investigar as origens desse problema. Nos Estados Unidos, onde se estima que até quatro milhões de pessoas tenham fadiga crônica, cientistas das universidades Columbia e New York estudam micro-organismos que podem estar envolvidos com a doença. Na Universidade de Utah, especialistas buscam um teste específico para a doença e avaliam os resultados de programas de exercícios de 30 minutos. Uma das notícias mais animadoras nesse campo foi a descoberta de que um remédio usado para inibir o sistema imunológico, indicado a pacientes de linfoma (um tipo de câncer), aliviou a fadiga em 63% dos pacientes que participaram da pesquisa, feita no Haukeland Univerty Hospital, na Noruega.

EDUCAÇÃO
Segundo o médico Heymann, ainda há muita falta de informação sobre a enfermidade

Ainda há muitos desafios em relação à síndrome. O principal é torná-la mais conhecida entre os médicos. “Há muita falta de informação”, diz o reumatologista Roberto Heymann, da Universidade Federal de São Paulo. Outro é saber diferenciar o cansaço comum do patológico. O diagnóstico é clínico e não existe um exame para comprovar a presença da síndrome. A lista de sintomas físicos e emocionais é grande e qualquer pessoa se identifica com três ou mais deles rapidamente. “A diferença está na intensidade dos sintomas e quando há uma inabilidade do corpo de se recuperar totalmente após uma noite de sono ou temporada de descanso”, disse à ISTOÉ a psicóloga inglesa Kristina Downing-Orr, que lutou anos contra a doença e conseguiu superá-la.
Antes de descobrir que era portadora, a inglesa foi a dezenas de especialistas e ouviu muitas vezes que seus males eram imaginários. No Brasil, não é diferente. Os pacientes que são tratados de fadiga crônica foram inicialmente diagnosticados equivocadamente como neuróticos ou deprimidos. “É necessário pensar na fadiga crônica se o paciente apresenta muitos dos sintomas que o impedem de realizar grande parte das atividades que mantinha há três meses, sem ter outra causa como explicação”, diz o reumatologista Heymann.


Com a ajuda de médicos e nutricionistas, Kristina criou um programa de recuperação descrito no livro “Vencendo a Fadiga Crônica” (Ed. Summus). Depois de ler o livro, o médico Heymann acha que ela dá boas instruções no campo psicológico, mas recomenda terapias sem fundamentação científica. Ela contesta dizendo que a comunidade científica não quer investigar novas áreas e afirma que seus trabalhos geraram evidências clínicas de que funcionam. Com os recursos atuais (antidepressivos entre eles), cerca de 10% dos pacientes ficam curados.


 
Fonte: Revista ISTO É

Disponível em:<http://www.istoe.com.br/reportagens/183300_QUANDO+O+CANSACO+VIRA+DOENCA>. Acesso em: 22 jan. 2012.

O Tratamento Pela Escrita: novos estudos confirmam que escrever sobre a própria doença ajuda na recuperação. Pode ser até mesmo em blogs

REGISTRO
Izabel escreve até hoje sobre as emoções que sente após ter sido tratada de um tumor cerebral

Há muito a psicologia clínica indica que mudar as emoções diante de um evento é uma maneira eficaz de conseguir viver em paz com uma experiência dolorosa. Agora, a ciência confirma que a escrita não só é uma ferramenta importante nesse processo como pode alterar as respostas fisiológicas a doenças crônicas, melhorando o quadro de saúde de pacientes. Ao escrever os doentes tornam suportável uma experiência tida anteriormente como pesada demais. Ela passa a integrar a biografia de quem vive o trauma, abrindo o caminho para a recuperação, como se cada um reescrevesse sua história.
Por essa razão, a chamada “expressive writing” (algo como expressão pela escrita, em inglês) ganha cada vez mais espaço na medicina. Na última semana, por exemplo, dois novos estudos reforçaram o poder do método. O primeiro, aliás, apontou uma evolução interessante. Cientistas da Universidade de Haifa, em Israel, descobriram que a técnica, quando usada em blogs pode ser tão ou mais eficaz que no papel. Os pesquisadores chegaram à conclusão após analisar a reação ao experimento por eles organizado com a participação de 161 adolescentes com ansiedade e fobia social. Os jovens foram divididos em grupos que receberam orientações distintas. Alguns, por exemplo, deveriam escrever em blogs abertos, com comentários, e outros, em blogs fechados.
Depois de dez semanas escrevendo pelo menos duas vezes semanalmente, todos apresentaram melhora na autoestima, na autoconfiança e na capacidade de se sentir confortável em situações sociais que evitavam antes de iniciar a prática da escrita. Mas aqueles que escreveram em blogs com espaço para comentários manifestaram melhora mais significativa. De acordo com os autores do estudo, as características da internet e das qualidades da “expressive writing” podem ser potencializadas no blog. “Ele fornece uma combinação única de espaço confortável para a autoexpressão com um ambiente de interação social”, escreveram.
O segundo trabalho, da Universidade de Waterloo, no Canadá, mostrou a eficiência da técnica no controle do peso. Nele, a psicóloga Christine Logel demonstrou que as mulheres convidadas a escrever sobre seus sentimentos e valores perderam, em média, 3,4 quilos, enquanto as que não participaram da oficina ganharam cerca de 2,7 quilos. “Escrever funcionou como um incentivo”, disse Christine à ISTOÉ. A pesquisadora observou que a escrita ajudou as participantes a se sentir bem com elas próprias na medida em que descreviam o que consideravam importante em suas vidas. “E elas não utilizaram a comida como escape”, explicou Christine.

De fato, um estudo da Universidade de Baylor (EUA) com 48 portadores de câncer de testículo revelou que escrever sobre as emoções relacionadas à doença acelerou a recuperação dos participantes. Como justificativa, os cientistas levantaram a hipótese de que, como a escrita auxiliou no controle do estresse ocasionado pela enfermidade, o sistema imunológico entrou em equilíbrio. Resultado: ele deixa de reconhecer como nocivos agentes inofensivos, causando complicações como alergias, e continua a luta contra a doença.
Outras pesquisas também demonstraram os efeitos positivos da escrita no tratamento de doenças infecciosas, como a Aids, e diversos tipos de câncer. A dona de casa Izabel Modesto de Araújo, 47 anos, de São Paulo, por exemplo, encontrou na escrita uma maneira de amenizar o sofrimento após passar por três cirurgias para retirar um tumor cerebral. No processo de recuperação, ela começou a escrever já na cama do hospital. Acabou escrevendo dois livros e mantém o hábito da escrita até hoje, já recuperada. “Mesmo nos momentos mais difíceis não precisei tomar antidepressivo”, conta. “Escrever é minha terapia.”
No Rio Grande do Sul, a psicóloga Ana Maria Rossi, presidente da seção brasileira da International Stress Management Association, organização internacional para o controle do estresse, indica a escrita terapêutica para pacientes que não conseguem lidar com o acesso de raiva. “Ela tem efeitos positivos naquelas pessoas com dificuldade de descrever a experiência sem se descontrolar ou ficar extremamente emocionadas.”
Não basta, entretanto, apenas escrever. “É preciso ter um propósito. A escrita organiza o pensamento e facilita o autoconhecimento”, diz a professora Solange Pereira Pinho, que comanda uma oficina de escrita terapêutica em Brasília. Isso é possibilitado porque, sob orientação correta, o paciente não somente descreve a reação ao evento, mas o que foi sentido no momento.
Também não é qualquer conteúdo que surtirá resultados positivos. Na literatura médica, as investigações do pesquisador americano James Pennebaker, que descreveu o poder da escrita terapêutica em “Abra o Seu Coração: O Poder da Cura Através da Expressão das Emoções” (Editora Gente), apontaram que escrever sobre os aspectos emocionais afeta a saúde positivamente, mas descrever apenas os fatos da experiência traumática pode surtir o efeito contrário. 


Fonte: Revista ISTO É

Disponível em: <http://www.istoe.com.br/reportagens/186525_O+TRATAMENTO+PELA+ESCRITA>. Acesso em: 22 jan. 2012.

O Impacto do Luto: trabalho revela que as pessoas têm 21 vezes mais chances de sofrer um infarto um dia após a morte de um ente querido


Nas escalas que medem o estresse, a perda de uma pessoa querida lidera a lista de eventos capazes de promover reações intensas no corpo e na mente. Centenas de pesquisas têm documentado as mudanças ocorridas no organismo em resposta a esses estímulos negativos, que vão desde alterações de sono, apetite e humor até a maior descarga de hormônios, como a adrenalina e a noradrenalina, que aumentam o estado de prontidão. Até agora, porém, pouco se sabia sobre os desdobramentos desse tipo de choque especificamente sobre o coração. Na semana passada, um estudo divulgado pelo “Jornal da Associação Americana do Coração” colocou pela primeira vez essa questão em evidência e revelou um impacto assustador. “O risco de ter um ataque cardíaco pode ser 21 vezes maior do que o normal no primeiro dia após a perda”, disse à ISTOÉ Elizabeth Mostofsky, da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, coordenadora do trabalho.
A ameaça persiste na primeira semana, quando se torna seis vezes maior. Depois diminui ao longo do primeiro mês. E, evidentemente, ela é mais elevada se a pessoa já apresentar alguma predisposição. Para chegar às estimativas, os pesquisadores liderados por Elizabeth e Murray Mittleman, epidemiologista da Universidade de Harvard e do Beth Israel Deaconess Medical Center, entrevistaram pacientes e revisaram os prontuários de dois mil adultos sobreviventes de ataques cardíacos ocorridos entre 1989 e 1994 para identificar quais deles haviam enfrentado o luto.
Na opinião do cardiologista clínico Leopoldo Piegas, que dirige o Programa de Aprimoramento em Cuidados Clínicos para Pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio do Hospital do Coração, em São Paulo, há necessidade de aprofundar os dados indicados pela investigação de Harvard. “Foi uma pesquisa restrospectiva, que possui o mérito de gerar hipóteses que devem ser comprovadas por novos estudos”, disse.
De qualquer maneira, os achados deste trabalho sugerem algumas medidas preventivas. “As pessoas enlutadas precisam ter o acolhimento dos familiares e de sua rede social para reduzir seus riscos”, diz a psicóloga Elenita Favarato, do Departamento de Psicologia do Instituto do Coração (InCor), de São Paulo. “Em situações de sofrimento psicológico, você ainda precisa cuidar de si mesmo e procurar ajuda médica se achar que está manifestando sintomas de ataque cardíaco, que não devem ser atribuídos simplesmente a uma reação de estresse”, complementou Murray. 

Fonte: Revista ISTO É

Disponível em: <http://www.istoe.com.br/reportagens/186527_O+IMPACTO+DO+LUTO>. Acesso em: 22 jan. 2012.

Médicos Debatem Mudança no Diagnóstico de Autismo

Mudanças propostas na definição de autismo podem reduzir drasticamente a taxa em que o transtorno é diagnosticado hoje e tornar mais difícil para muitas pessoas a obtenção de serviços de saúde e educação, sugere uma nova análise.
A nova definição do autismo está sendo avaliada por especialistas da Associação Americana de Psiquiatria, que estão concluindo a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), a primeira grande revisão em 17 anos.
O DSM é a referência padrão para condução de tratamento de transtornos mentais, pesquisa e decisões de seguradoras de saúde.
A maioria dos especialistas espera que o novo manual restrinja os critérios para o autismo. A questão é o tamanho da restrição.
Muitos especialistas têm argumentado que a imprecisão dos critérios atuais para o autismo e as doenças relacionadas estava contribuindo para o aumento da taxa de diagnósticos.
Pelo menos 1 milhão de crianças e adultos têm diagnóstico de autismo ou distúrbio relacionado, como síndrome de Asperger ou transtorno invasivo do desenvolvimento (PDD-NOS).
A proposta iria consolidar os três diagnósticos sob uma única categoria: "transtorno do espectro do autismo". A revisão será concluída em dezembro, segundo David J. Kupfer, presidente da força-tarefa que revisa o diagnóstico.
Ele afirma que as mudanças são uma tentativa de esclarecer as variações do transtorno e colocá-las sob a mesma classificação. As mudanças provavelmente excluem do diagnóstico pessoas consideradas mais funcionais.
Divergência
Especialistas discordam sobre o impacto das mudanças. "Elas restringiriam tanto o diagnóstico que poderiam efetivamente acabar com a 'onda' do autismo", diz Fred Volkmar, diretor do Centro de Estudos da Criança de Yale e autor da proposta.
"Nosso medo é termos, com isso, um grande retrocesso", disse Lori Shery, presidente da Rede de Educação Síndrome de Asperger. "Se os médicos dizem: 'Essas crianças não se encaixam nos critérios para o diagnóstico do espectro do autismo', elas não terão o apoio e os serviços de que necessitam."
Mark Roithmayr, presidente da entidade Autism Speaks, diz que o efeito que a mudança teria sobre os serviços sociais não está claro. "Precisaremos acompanhar o impacto sobre o acesso aos serviços e garantir que não serão negados a quem precise."
Na nova análise, Volkmar usou dados de um grande estudo de 1993 que serviu de base para os critérios atuais.
Ele se concentrou em 372 crianças e adultos que estavam entre o mais alto nível de funcionalidade mental e descobriu que só 45% deles seriam diagnosticados no novo espectro do autismo.
O foco nesse grupo pode ter elevado essa porcentagem, os autores reconhecem.
Cerca de um quarto daqueles identificados com autismo clássico em 1993 não o seriam com base nos critérios propostos; cerca de três quartos das pessoas com síndrome de Asperger não se qualificariam; e 85% daqueles com PDD-NOS também não.
"Estou muito preocupada com as mudanças porque não sei se minha filha ainda se qualificaria", diz Mary Meyer, de Nova Jersey, nos EUA.
O diagnóstico de Asperger foi essencial para que Susan, 37, tivesse acesso a serviços que ajudaram em seu desenvolvimento.
Mary espera conseguir uma vaga para a filha em uma moradia assistida, o que dependerá de seu diagnóstico.

Fonte: Folha de São Paulo

Disponível em:<http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1037509-medicos-debatem-mudanca-no-diagnostico-de-autismo.shtml>. Acesso em: 22 jan. 2012

Encontro Sobre Museus Comunitários Têm Inscrições Abertas


Estão abertas as inscrições para o IV Encontro Internacional de Ecomuseus e Museus Comunitários (EIEMC), que acontece em Belém (PA) de 12 a 16 de junho.
O evento, que traz como tema “Patrimônio e Capacitação dos Atores do Desenvolvimento Local”, é voltado para o público que atua em ecomuseus, museus comunitários, museus de território, museus de percurso, museus vivos, museus de periferia, museus de rua e outros processos.
Mais informações podem ser encontradas no site da Associação Brasileira de Ecomuseus e Museus Comunitários ou junto ao Ecomuseu da Amazônia, pelo e-mail ecomuseuamazonia@gmail.com ou pelo telefone (91) 3267-3055.
Conferência – Foi também estendido o prazo de inscrição de trabalhos para a 1ª Conferência Internacional sobre Ecomuseus, Museus Comunitários e Comunidades, que acontece na cidade de Seixal (Portugal) de 18 a 21 de setembro.
Voltado para estudantes, pesquisadores e profissionais atuantes na área de ecomuseus e museus comunitários, o evento vem ao encontro de um grande interesse internacional pelo tema da museologia social. Sede do encontro, a cidade de Seixal abriga o ecomuseu mais antigo de Portugal.
As inscrições podem ser feitas até o dia 29 de fevereiro. Mais informações:  http://ecomuseums2012.greenlines-institute.org/ec2012website/

Fonte: Instituto Brasileiro de Museus

Quando o Amor Devora: o amor patológico tem origem na relação da mãe com o filho e em sua disponibilidade para suprir as necessidades emocionais da prole em situações estressantes, principalmente em casos de separação

Há três anos, a técnica em prótese dentária Kelly, 33 anos, encontrou um namorado de quem tenta se separar. O problema era que o alvo do seu amor a agredia física e verbalmente, além de abusar de drogas e álcool. Sempre que o parceiro se distanciava para tocar em barzinhos sozinho, ela ficava com insônia. Por causa da tensão vivida por um amor conturbado, teve uma perda brusca de peso, ficava constantemente irritada e apresentava tensão muscular. No passado, Kelly conta ter sido controladora e ciumenta com outros homens, um tipo de postura que provoca brigas entre o casal. Sempre que se comporta assim, ela é agredida por seu namorado.
Esse é um caso de amor patológico. A pessoa embarca numa união simbiótica na tentativa de fugir da insuportável sensação de abandono. Ela dirige toda sua atenção à pessoa amada, desdobrando-se em cuidados e gentilezas que nunca cessam porque simplesmente ela não sabe como controlar o impulso de agradar o parceiro. Numa postura obcecada, aquele que vive esse amor não consegue mudar de foco: seu objeto de desejo torna-se prioridade, enquanto os outros interesses ficam em segundo plano.
Esse amor é vivido por pessoas de personalidade vulnerável, marcada pela baixa autoestima e pelos sentimentos de rejeição e raiva. São pessoas que crescem em famílias desajustadas, com pouca atenção e carinho dos pais. Por isso, tentam compensar esses anos de ausência com um amor possessivo. Elas acabam reproduzindo desarranjos do passado, escolhendo parceiros dependentes, e que logo irão se mostrar negligentes, inacessíveis e problemáticos. "A pessoa tem dificuldade de estabelecer limites entre ela e o parceiro, manifestada pela atitude constante de manter o outro sobre controle e uma busca incessante pela fusão com ele. Os critérios diagnósticos para o amor patológico são semelhantes aos da dependência química", diz a psicóloga Eglacy Cristina Sophia, pesquisadora e psicoterapeuta do Pro-AMITI (Ambulatório dos Múltiplos Transtornos do Impulso) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP, que traçou o perfil das pessoas que sofrem de amor patológico em sua dissertação de mestrado, defendida em 2008.

Leia reportagem completa:   http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESPS/Edicoes/73/quando-o-amor-devora-o-amor-patologico-tem-origem-244824-1.asp

Fonte: Revista Psique Ciência e Vida

Psicólogos Criticam Mudança em Tratamento: a comunidade de psicólogos e psiquiatras que ajudou a formatar a política de saúde mental vigente desde 2001 está contrariada com o plano anticrack do governo federal.

Um dos pontos principais de discordância é a adesão do Ministério da Saúde à internação fechada nas "comunidades terapêuticas".
Para o Conselho Regional de Psicologia de SP, por exemplo, esse tratamento reedita os antigos manicômios -isola e segrega os pacientes.
Pela primeira vez, o ministério subsidiará internações em regime fechado. É uma mudança de paradigma.
Segundo o psiquiatra Marcelo Ribeiro, da Unifesp, está comprovado que a internação em regime fechado de usuários crônicos voluntários viabiliza um melhor tratamento dos sintomas da abstinência.
A comunidade de psicólogos e psiquiatras que ajudou a formatar a política de saúde mental vigente desde 2001 está contrariada com o plano anticrack do governo federal.

Fonte: Associação Brasileira de Psiquiatria

Disponível em:<http://abp.org.br/2011/medicos/imprensa/clipping-2>. Acesso em: 20 jan. 2012.

III Congresso Brasileiro de Saúde Mental


Fonte: Comissão Pró- Associação de Profissionais de Saúde Mental da Bahia.

Menor Autoestima, Maior Dificuldade Para se Desculpar: a consciência do erro afeta a autoimagem de pessoas emocionalmente frágeis

Reconhecer um erro e pedir perdão não é fácil para a maioria das pessoas. Para algumas, ainda, é realmente penoso. “A consciência do erro afeta a autoimagem, o que deixa egos 'mais frágeis' relutantes”, diz o psicólogo Andrew Howell, da Universidade Grant MacEwan, no Canadá, autor de um estudo que relaciona traços de personalidade e “predisposição” para pedir desculpas.
Howell solicitou a homens e mulheres de diferentes idades que assinalassem se concordavam ou não com sentenças de um questionário, como “Por ainda estar com raiva quase nunca consigo me desculpar” e “Se acho que os outros não vão saber o que fiz, prefiro não pedir perdão”. Em seguida, os pesquisadores cruzaram as respostas com testes de personalidade aplicados aos mesmos voluntários.
“Como já esperávamos, as pontuações mais altas em traços como amabilidade e empatia coincidiram com maior aptidão em se desculpar”, explica o psicólogo. Por outro lado, pessoas que disseram sentir vergonha de se desculpar revelaram baixa autoestima, apesar de se sentirem incomodadas ao ferir os sentimentos de outra pessoa. Um dado interessante: participantes com forte senso de justiça se mostraram com mais dificuldade para pedir perdão. “Podemos dizer que ser adepto da filosofia do 'olho por olho' e admitir os próprios erros é incompatível”, acredita Howell.

Fonte: Revista Ciência e Cérebro

Disponível em:<http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/menor

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A Inclusão Social dos Portadores de Problemas Mentais: especialista descreve o cenário atual do modelo assistencial em saúde mental

Quando se fala em manicômio, logo vem à cabeça um cenário de alienação da realidade e de desrespeito aos direitos humanos vistos em filmes como “Bicho de Sete Cabeças” (Laís Bodanski), que foram buscar, em fatos, a triste verdade sobre parte dessas instituições. E foi na tentativa de acabar com o sofrimento de doentes mentais, com a privação da sua subjetividade e do convívio social que foi criado o movimento antimanicomial, que é comemorado no dia 18 de maio. O objetivo do movimento seria acabar com os manicômios e devolver a cidadania, os deveres e direitos aos seus antigos pacientes.
No campo das ideias é um objetivo nobre, mas de execução complexa. Para devolver esse paciente à sociedade, não basta quebrar correntes e abrir portões, mas serem criadas  condições para que essas pessoas continuem seus tratamentos de maneira adequada. Que recebam medicamentos e atendimento de urgência de qualidade quando for necessário. Porém, o que se vê no momento não é isso.
Para devolver esse paciente à sociedade, não basta quebrar correntes e abrir portões, mas serem criadas condições para que essas pessoas continuem seus tratamentos de maneira adequada.
O Brasil e a Bahia estão bastante avançados no processo de fechamento de hospitais psiquiátricos  e, com isso, diminuiu-se, também, drasticamente o número de leitos. O Ministério da Saúde estima que, desde 2001, quando foi criada a lei que extingue as instituições psiquiátricas, 17 mil leitos tenham sido fechados.
Hoje, de acordo com dados da Secretaria de Saúde do Estado, a Bahia conta apenas com mil leitos. Em Salvador, são 400, um número insuficiente, se levarmos em conta o tamanho da população baiana. De acordo com o Censo 2010, somos cerca de 41 milhões de habitantes no Estado, o que nos deixa com uma a média de um leito para cada 14 mil pessoas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a relação seja de um leito psiquiátrico para cada grupo de mil habitantes.
Na teoria, esses leitos e hospitais deveriam ser substituídos por Centros de Atenção Psicossocial (Caps), que têm como objetivo atender os pacientes diariamente, mas sem a necessidade de internação, e reinseri-lo socialmente por meio do acesso ao “trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários”, como afirma o Ministério da Saúde. Porém o que se vê no cotidiano é o não funcionamento desses centros e uma desassistência aos portadores de transtornos mentais.
Os Caps, classificados em 1, 2 e 3, existem em pequeno número. No Brasil apenas 11 estados contam com unidades do tipo 3, mais adequadas para o atendimento de urgência. Em Salvador, entre as 18 unidades em funcionamento, há apenas um Caps 3. Além disso, em muitos centros, as estruturas físicas e instalações são inadequadas e, as equipes, reduzidas. Assim, pacientes em mania ou psicóticos deixam de receber tratamento adequado e passam a representar perigo para si e para suas famílias, que em geral não estão preparadas para contê-los.
Da mesma maneira que pessoas com outras enfermidades têm o direito à internação hospitalar, portadores de transtornos mentais graves também devem ter. Mas, é claro que esse problema atinge apenas as classes mais baixas, pois quem tem dinheiro pode conseguir uma internação em clínica particular.
Na Bahia, são apenas 400 médicos psiquiatras, quando, de acordo com a Associação Psiquiátrica da Bahia, deveriam ser 1.260 atuando no serviço público.
O fechamento indiscriminado e sem planejamento de vagas em hospitais psiquiátricos trouxe também outra consequência. Sem ter para onde ir e sem a criação de lares abrigados (casas em que moram cerca de cinco pacientes e técnicos de enfermagem), nota-se um aumento do número de pessoas com doenças psiquiátricas a perambular pelas ruas.
Junte-se a isso a falta de profissionais especializados em psiquiatria e teremos um quadro ainda mais difícil para a saúde mental no País. Na Bahia, são apenas 400 médicos psiquiatras, quando, de acordo com a Associação Psiquiátrica da Bahia, deveriam ser 1.260 atuando no serviço público. Dessa maneira, é possível dizer que a doença mental não é um problema social, mas sim a desassistência a que estão submetidos os seus portadores.
História do movimento antimanicomial
Houve um tempo em que os loucos eram recolhidos aos leprosários com outras pessoas que também eram inconvenientes à sociedade. A criação de locais específicos para pessoas com doenças mentais só foi começar a existir a partir do século XIII, mas as condições não melhoraram.Eles continuaram sem receber tratamento médico adequado e as instalações podiam muito bem ser comparadas a depósitos.
Foram necessários mais cinco séculos para perceberem que havia algo errado e desumano nessa história. Foi na França, em 1794, que Phillipe Pinel removeu as habituais correntes que prendiam os pacientes.  A partir dos anos 1960, na Itália, o psiquiatra Franco Basaglia propôs o fim dos manicômios e da exclusão social dos portadores de sofrimentos mentais, dando início ao que é conhecido hoje como movimento antimanicomial.
No Brasil, essas ideias começaram a ser discutidas a partir dos anos 1970 e, em 1989, o deputado Paulo Delgado apresentou o primeiro projeto de lei que propunha a extinção dos manicômios do País. Esse projeto, depois de algumas modificações tornou-se a lei nº 10216/2011, aprovada em 6 de abril de 2001, e “dispõe sobre a proteção das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental”. 

Formas de Tratamento de Usuários de Crack

O Tratamento do usuário de drogas pode ser feito de 3 formas, inclusive coma internação involuntária, sem a permissão ou vontade do dependente químico.

Confira o vídeo: http://tvbrasil.ebc.com.br/reporterbrasil/video/23476/

Fonte: Associação Brasileira de Psiquiatria

Informações Subliminares Afetam as Emoções: desenvolver a autoconsciência auxilia a manter o bom humor

Acontece com quase todos: de repente, e aparentemente de maneira inexplicável, sentimo-nos alegres ou tristes, embora nosso humor estivesse bem diferente alguns minutos antes. Essa mudança pode ser causada por uma espécie de mensagem sensorial subliminar – o que alguns estudiosos chamam de priming, “estímulo precedente”. Quer dizer que estamos o tempo todo sujeitos a essas oscilações? Não. De acordo com artigo publicado no periódico Social Cognition, reconhecê-las é meio caminho para aprender a controlá-las.
Voluntários foram convidados a ler um texto que continha, repetidas vezes, palavras como “sucesso” e “realização”. Em seguida, foram orientados a tentar resolver alguns exercícios de cálculo e memorização considerados difíceis pelos autores do estudo. Obviamente, a maioria dos participantes se saiu mal. Em comparação com o grupo de controle, que não leu o material antes de fazer os testes, eles revelaram mais sentimentos negativos por não terem conseguido cumprir a tarefa. A sugestão dos autores do estudo? Desenvolver a autoconsciência: em uma segunda etapa do experimento, o ânimo dos participantes melhorou quando os pesquisadores revelaram a associação entre o texto e o insucesso no desafio mental. Refletir sobre algo que se ouviu, viu ou de que se lembrou alguns minutos antes de uma crise de mau humor pode ser útil para “dissolvê-la” mais rapidamente ou para decifrar aspectos do próprio comportamento, sugere o artigo.
 
 Fonte: Revista Mente e Cérebro

Disponível em:<http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/informacoes_subliminares_afetam_as_emocoes.html>. Acesso em: 18 jan. 2012.

Dilma Sanciona Lei que Fixa Gastos Obrigatórios com a Saúde

A presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que define os gastos em saúde, assim como os gastos mínimos de investimento na área por parte da União, Estados e municípios. O texto foi publicado nesta segunda-feira (16/1), no Diário Oficial da União. Trata-se da Emenda 29, uma mudança na constituição aprovada em 2000, que previa que a saúde deveria receber gastos mínimos, mas não descrevia como seria feita a aplicação do dinheiro. A regulamentação da Emenda 29 tramitava há dez anos no Congresso, e foi aprovada pelo Senado no dia 7 de dezembro. Faltava a sanção da presidente.
O texto aprovado no Senado sofreu 15 vetos da presidente. A criação de um novo imposto com recursos para a saúde (a CSS- ou Contribuição Social sobre a Saúde) foi um deles, ratificando a decisão do Congresso, que já havia descartado o novo imposto nas duas casas.
Outro veto importante feito pela presidente impede uma revisão para cima no percentual obrigatório que a União deve destinar à saúde. Pela redação aprovada pelo Senado, ficou mantida a atual regra para calcular o volume de recursos que serão aplicados no setor pela União: o valor empenhado no ano anterior acrescido da variação nominal do PIB (Produto Interno Bruto, soma de todas as riquezas produzidas pelo país) nos dois anos anteriores. O veto da presidente mantém o cálculo, mas impede revisões.
Assim, para 2012, por exemplo, o governo federal vai aplicar o valor empenhado em 2011 mais a variação do PIB de 2010 em relação a este ano. O valor, apesar de ainda não estar definido, deve ficar em torno de R$ 85 bilhões, contra R$ 77 bilhões em 2011.
Dilma também alterou um trecho da lei aprovada no Congresso que determinava que os recursos que não fossem gastos na saúde durante o ano em exercício fossem aplicados em uma conta para serem utilizadas em outras oportunidades também na saúde. Segundo o argumento da presidente para o veto, a proposta contraria "o princípio da unidade de tesouraria que orienta a contabilidade da União".
Outro veto diz respeito à vigência e revisão da lei. Segundo o texto aprovado no Senado, a lei seria revista em 2012. Com o veto, a presidente lembra que a Constituição prevê a reavaliação de leis a cada cinco anos, o que exigiu a mudança.
Dilma manteve no texto o percentual que deverá ser investido por Estados e municípios e o que é considerado gasto com saúde.
Os Estados continuam obrigados a investir 12% da arrecadação de impostos na saúde, e os municípios, 15%. Foram excluídos dispositivos que estabeleciam formas de compensação para estados e municípios que não atingissem essas metas em 2011.
Sobre o que pode ser considerado gasto com saúde, a lei sancionada define despesas como, por exemplo, a vigilância em saúde (inclusive epidemiológica e sanitária), a capacitação de funcionários do SUS (Sistema Único de Saúde), a produção, compra e distribuição de medicamentos, sangue e derivados, a gestão do sistema público de saúde, as obras na rede física do SUS e a remuneração de pessoal em exercício na área.
Por outro lado, não poderão considerar como de saúde as despesas com o pagamento de inativos e pensionistas, a merenda escolar, a limpeza urbana e a remoção de resíduos, as ações de assistência social e as obras de infraestrutura.

Fonte: Informe ENSP

Disponível em:<http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/informe/materia/?origem=1&matid=29107>. Acesso em: 17 jan. 2012.